A A NOVA Medical School – Faculdade de Ciências Médicas anunciou hoje o lançamento de um programa para “atrair investigadores internacionais de excelência”, que conta com um financiamento inicial de dois milhões de euros, disse a diretora da faculdade. anunciou hoje o lançamento de um programa para “atrair investigadores internacionais de excelência”, que conta com um financiamento inicial de dois milhões de euros, disse a diretora da faculdade.
Em declarações à agência Lusa, Helena Canhão referiu que as candidaturas ao NOVA Medical Global Talent Initiative serão abertas na próxima semana, quando estarão concluídos os regulamentos e disponíveis os formulários, com “divulgação ampla” a nível internacional.
Explicou que o programa é lançado nesta altura tendo em conta a situação nos Estados Unidos, cujo governo liderado pelo Presidente Donald Trump cortou financiamento da investigação, embora seja aberto também a investigadores de outros países.
“Sabemos que há descontentamento nos Estados Unidos em relação a algumas linhas de investigação, nomeadamente na área da saúde e que alguns desses cientistas – alguns até podem ser portugueses ou europeus, não necessariamente americanos, – podem estar interessados em vir trabalhar para a Europa e para Portugal”, adiantou, recordando que uma possível fuga de cérebros dos EUA tem sido referida, quer por líderes europeus, quer nacionais.
“Portanto, é uma oportunidade de nós mostrarmos liderança nesse movimento da tração, da retenção de talento, trazendo para Portugal pessoas que podem ajudar na investigação, na melhoria da saúde e na afirmação de Portugal como um polo de atração de cientistas e de médicos internacionais que se distingam nas áreas e que podem ajudar o nosso país e a população”.
O financiamento do programa, que conta com o apoio do Haddad NOVA Medical Innovation Centre, tem em conta o salário dos investigadores “durante três anos”, assim como apoios ao “alojamento durante seis meses”, à transferência e à constituição da sua equipa de trabalho, mas para o programa “ser sustentável” será necessário conseguir depois “outros apoios”.
Os “investigadores, médicos, pessoas que trabalham na área da saúde” que se candidatem deverão trabalhar nas áreas prioritárias para a Nova Medical School, “como a saúde global, a saúde mental, o cancro, a inteligência artificial, a tecnologia, a nutrição”.
“Queremos afirmar a NOVA Medical School como uma plataforma internacional de excelência científica, capaz de atrair os melhores talentos e gerar conhecimento com impacto global”, refere Helena Canhão, citada num comunicado, acrescentando que o programa “é uma peça-chave” na “estratégia de internacionalização” da faculdade e “de reforço do ecossistema de inovação em saúde em Portugal”.
Cláudio Haddad, presidente da Fundação Haddad, sublinha a importância estratégica da iniciativa, considerando que “o investimento em ciência é essencial para enfrentar os grandes desafios da saúde global”.
“Com este programa, queremos contribuir para que Portugal se torne um farol de excelência científica e inovação, capaz de rivalizar com os melhores centros internacionais”, acrescenta, citado no mesmo comunicado.
A escola médica da Universidade NOVA de Lisboa existe há 45 anos e possui “uma rede de mais de 25 unidades de saúde”.
Segundo a revista científica Nature, 75% dos cientistas norte-americanos ponderam abandonar o país, depois de a administração Trump ter cortado o financiamento da investigação e interrompido “grandes áreas de ciência financiadas pelo Governo federal como parte de uma iniciativa de corte de despesas liderada pelo bilionário Elon Musk”.
No dia 17 de abril, a Universidade de Aix-Marseille, em França, anunciou a chegada no início de junho dos primeiros investigadores norte-americanos que responderam ao seu apelo para a transferência daqueles cuja liberdade académica pudesse estar ameaçada pelas políticas de Donald Trump.
A universidade explicou, em comunicado, que recebeu “298 candidaturas, das quais 242 eram elegíveis” e, entre estas, a maioria veio de cidadãos norte-americanos (135) ou com dupla nacionalidade (45).
Lusa