Intitulada AI: Who’s looking after me?, a nova exposição na capital britânica já é considerada por muitos das melhores mostras disponíveis atualmente em Londres.
Localizada na Science Gallery London, a exibição explora – de forma questionadora e divertida – as diferentes maneiras em que a inteligência artificial está hoje em dia a moldar vários aspetos das nossas vidas. Seja na sua incorporação/estruturação nos mais variados sistemas de saúde e de justiça, para dar apenas dar dois exemplos, seja na maneira, como que a corta-mato, em que lidamos com algumas das nossas tarefas diárias.
Os visitantes são convidados a refletir sobre os benefícios e pesos dos sistemas de IA existentes, debruçando-se sobre aquilo que que acaba por ser a pergunta central desta exposição: podemos nós, humanos, confiar nestas tecnologias emergentes no que toca ao nosso bem-estar e na nossa incessante procura da felicidade?
Fruto de uma colaboração dinâmica e diligente com a FutureEverything, a entrada é gratuita e conta com obras de 13 artistas diferentes.
Os artistas, que visam sondar a vertente ética da IA, agrupam um grupo de médicos, pacientes e cientistas, que se juntaram uns aos outros para explorar, através da arte, alguns dos dilemas aos quais, presumem, nós vamos passar a ser sujeitos. Pensemos em situações de cuidados íntimos e questionemo-nos: em que ocasiões vamos preferir contato humano (que, por sua vez, pode levar a situações de constrangimento) à ajuda de robôs na performance de tais atividades? Mais, ainda: olhando as coisas de uma perspetiva mais analítica, o que é que estes debates nos ensinam sobre as possíveis tensões entre o que consideramos ‘impessoal’ e o que temos como sendo ‘privado’? Que riscos suscitam, para além dos mais óbvios?
Estas são apenas algumas das questões que nos são colocadas, direta ou indiretamente, nesta intrigante e fecunda exposição. Trata-se, por conseguinte, de uma mostra que suscita perguntas nem sempre fáceis quanto aquilo para que estamos a avançar vertiginosamente – e sem recuos à vista. Fá-lo sem alarmismos, nem euforias, limitando-se a nos propor desvendar recantos do que colocámos em curso.
A verdade é que a IA já não é apenas um sonho longínquo: “Está aqui”, como afirma o diretor da Science Gallery London.
A exposição está aberta até ao dia 20 de janeiro de 2024.