A Conceito, marca de vinhos do Douro Superior, inaugura um novo capítulo na sua história. Quatro novas referências — Alvarinho Branco 2024, Arinto Branco 2024, Bastardo Branco 2024 e Touriga Nacional 2023 — marcam o início de uma nova fase enológica, que continua o caminho iniciado pela marca, sob a liderança da sócia-gerente da empresa, Carla Costa Ferreira.
A equipa da Conceito foi reforçada por uma nova Diretora Comercial, Lília Cerdeira, que trouxe consigo uma nova energia e uma nova visão depois de mais de duas décadas no setor. Para liderar a enologia, estão os enólogos Paulo Amaral e Décio Coutinho.

“Queremos vinhos que falem da terra de onde vêm, com pureza, precisão e alma. Esta nova fase é um regresso à essência, mas com um olhar renovado sobre o que significa fazer vinho no Douro atualmente”, afirma Carla Costa Ferreira. As quatro novas criações chegam ao mercado este mês e querem surpreender os consumidores.
Segundo a equipa de enologia, os vinhos brancos destacam-se pelo seu “notável potencial de envelhecimento”, resultado da acidez vibrante e da complexidade que apresentam. Embora possam ser apreciados jovens, revelando frescura e aromas delicados, ganham ainda mais profundidade e riqueza com o passar do tempo. Já o Touriga Nacional é um “verdadeiro vinho de guarda”, com estrutura e taninos firmes que lhe conferem capacidade para evoluir e amadurecer elegantemente ao longo dos anos.

Com estes lançamentos, a equipa reforça a aposta da Conceito no Douro Superior, região onde a marca nasceu e onde continua a manter a sua base operacional, com vinhas próprias e uma adega de vinificação e armazenamento, com aproximadamente 1600 metros quadrados.
Mais em detalhe, estas são as quatro novas referências da Conceito, de acordo com as explicações dadas por Paulo Amaral e Décio Coutinho:
Alvarinho 2024
Com origem numa parcela de vinha, com cerca de 10 anos, situada em Sebadelhe, entre Vila Nova de Foz Côa e a Mêda, a cerca de 500 metros de altitude, este Alvarinho revela o “melhor de um terroir de transição entre xisto e granito”.
Fermentado em cuba de cimento “wise shape”, com temperatura controlada e estágio de 6 meses em borras finas com battonage regular, nasceu uma referência “grande elegância”.
Em causa está um vinho aromático e complexo, com notas cítricas, toranja, frutos tropicais, apontamentos florais e nuances minerais.
Arinto Branco 2024
Trata-se de um vinho de perfil distinto e grande elegância, fermentado em curtimenta (com contacto pelicular) em depósitos de cimento durante cerca de 10 dias, com temperatura controlada. Após a fermentação alcoólica, apenas o vinho de lágrima foi aproveitado, seguindo-se a fermentação malolática na totalidade.
Após um estágio de 7 meses em cubas de cimento, revela na boca toda a frescura característica da casta Arinto, que lhe dá o nome. Engarrafado em abril passado, destaca-se pela “acidez bem vincada, pela presença subtil de taninos, textura untuosa e um final de boca longo e refrescante”, sublinham os enólogos.
Bastardo Branco 2024
Este vinho surge de forma “inesperada e criativa”. Durante o controlo de maturação de uma parcela em Cedovim, tradicionalmente usada para o Bastardo tinto, foram identificados bagos brancos entre os cachos, com “enorme potencial”.
Com acidez equilibrada e teor alcoólico moderado, as uvas foram colhidas para uma vinificação em branco. Após uma prensagem suave, parte do mosto lágrima fermentou em barricas usadas de carvalho francês, com leveduras indígenas e estágio de 6 meses em borras finas. É um vinho fresco e bastante gastronómico, com boa acidez na boca, apontam os especialistas.
Touriga Nacional 2023
É uma casta com forte presença nas vinhas da Conceito, espalhadas por diferentes altitudes e exposições. Os lotes selecionados para este monocasta refletem a riqueza aromática e estrutural da casta. Fermentado e estagiado durante 20 meses em barricas de carvalho francês, é um vinho que exibe a nobreza da Touriga Nacional em estado puro, na avaliação feita pelos enólogos.
“Esta nova fase representa continuidade e transformação: um regresso à origem com uma linguagem moderna, mais focada no detalhe, na precisão técnica e na ligação emocional ao terroir”, completa Carla Costa Ferreira, responsável da empresa.
Projeto de enoturismo
A Conceito, localizada no Douro Superior, Cedovim, no concelho de Vila Nova de Foz-Côa, é uma empresa familiar com quase 50 anos de história, estabelecida para dar continuidade ao negócio de produção de uvas para as casas de vinho do Porto. Oficialmente, foi fundada em 1997, mas a ligação à viticultura remonta à década de 1980, quando Carla Ferreira, atual responsável pela marca, iniciou a sua atividade no setor, consolidando um percurso de dedicação à terra e ao vinho.
“Crescer sem perder a essência” é o principal objetivo da Conceito nesta nova fase que os seus responsáveis pretendem que vá além do vinho. Um dos projetos que surge é de enoturismo, que inclui provas de vinhos, visitas guiadas à adega e passeios pelas vinhas. O objetivo é “oferecer experiências autênticas e envolventes”.
Este projeto nasce do desejo de proporcionar experiências vínicas memoráveis. “Acreditamos que cada visita pode transformar-se num momento inesquecível, não só pela qualidade dos vinhos que apresentamos, mas também pelo cuidado e atenção ao detalhe que colocamos em cada etapa do serviço”, afirma Carla Costa Ferreira.
Diversidade de castas
A enologia da Conceito assenta numa abordagem que valoriza o terroir e a preservação do património vitivinícola do Douro. A diversidade de castas é uma das grandes riquezas da marca. Aqui estão representadas todas as castas tintas tradicionais do Douro, com um esforço contínuo na reabilitação de variedades antigas e no aumento da produção de uvas brancas.
Alvarinho, Gruner Veltliner e Syrah são algumas das castas plantadas recentemente na propriedade, com menos de 12 anos, que em pequenas áreas vieram diversificar o património de vinhas tradicionais existente.
Com uma área de 85 hectares de vinha em exploração, a produção média anual da Conceito ronda os 300 mil litros de vinho, distribuída por uma gama que envolve desde os vinhos DOC Douro aos vinhos do Porto — LBV, Vintage e Tawny 10, 20 e 40 anos.
Produção, vendas e faturação
A marca escoa 70% da produção para o mercado internacional, com destaque para Suíça, Canadá e Dinamarca que constituem o top 3 dos países que mais consomem os vinhos Conceito. Os restantes 30% destinam-se ao mercado nacional.
Anualmente, são produzidas cerca de 150 mil garrafas, a partir dos melhores lotes de 300/ 400 mil litros de vinho. A faturação ronda atualmente um milhão de euros, mas a empresa projeta triplicar esse valor nos próximos cinco anos.
Ao longo dos anos, os vinhos da Conceito têm sido destacados por conceituados críticos e publicações da especialidade, como Robert Parker, Wine Spectator, Wine Enthusiast, Jancis Robinson e Revista de Vinhos.
A gama “Contraste” tem um PVP de 12€; o “Legítimo” tem um PVP de 10€; o “Bastardo” tem um PVP de 18€; a gama Conceito tem um PVP de 35€; os “Únicos” têm um PVP de 80€.