Com a Women’s Summit regressou também o painel “Ask de Influencer”. Este ano a moderação ficou entregue a Mafalda Creative, destaque na lista dos youtubers mais influentes do país da Forbes Portugal, e com ela estiveram à conversa Carolina Patrocínio, Mariana Bossy e Owhana. Este grupo de influenciadoras marca presença nas principais redes sociais: Instagram, TikTok, Youtube e Twitch.
Criatividade nas redes sociais
“É sempre refrescante ver ideias e caras novas. Já estou no digital há muitos anos, então para mim é muito importante manter-me atualizada às tendências e às caras novas. Acho que uma ideia original e criativa tem sempre lugar nas redes sociais”.
– Owhana
“Acho a criatividade absolutamente essencial, no entanto não acho que tenha de ser a chave para o sucesso porque muita da narrativa nas redes sociais é tu teres a possibilidade de copiar aquilo que já foi feito, dando o teu cunho pessoal. Eu sou de uma geração em que a minha presença mediática é anterior à presença nas redes, quando comecei no palco das redes foi basicamente para mostrar aquilo que era o meu dia a dia. No meu caso, a criatividade nem sempre á a resposta, há muitas outras ferramentas absolutamente essenciais como a fidelidade, entrega, transparência a quem nos segue”.
– Carolina Patrocínio
“O meu primeiro passo nas redes sociais foi o Youtube e quando comecei já havia muita gente a fazer muita coisa, portanto a criatividade era uma coisa difícil de alcançar. Acho que a criatividade passa muito por nós termos a nossa essência, uma ideia credível, e poder acompanhar e trabalhar outras ideias para criarmos algo novo. Acho que algo novo é importante, sim, mas acho que a consistência, conseguirmos não desistir, é uma das chaves do sucesso”.
– Mariana Bossy
O maior desafio nas redes sociais neste momento
“Como toda a gente já fez tudo, pelo menos é o que nos parece, é arranjar coisas novas, inovadoras e que chamem à atenção do público. E principalmente fazer com que eles [os seguidores] fiquem, criar uma relação próxima com eles, que nós possamos também passar um bocadinho de nós e aprender também com eles. Eu falo por mim, eu aprendo muito com os meus seguidores”.
– Mariana Bossy
A Twitch
“Eu sentia muito a falta do fator comunidade que nós tínhamos no Youtube. A vantagem, e eu acho que a beleza do live streaming, é ter a resposta das pessoas em tempo real. Acho que nunca estive tão acessível para as pessoas que me acompanham. A minha comunidade respondeu super bem. Acho que o live streaming é o futuro das redes na minha opinião”.
– Owhana
As marcas querem trabalhar com o TikTok
“O Instagram é praticamente um full time job paralelo à carreira que criei na SIC, mas é de longe a ferramenta mais poderosa que tenho a nível de redes. Começa a acontecer [pedirem o TikTok], mas sabem que onde eu sou forte é no Instagram. A expetativa está lá”.
– Carolina Patrocínio
“Costumam pedir, mas mais para o Instagram. Eu acho que Instagram continua a ser a rede social mais relevante. Não quero estar aqui a especificar, mas acho que no geral é a rede social mais pedida pelas marcas, mais trabalhada. Claro que é importante estar em mais redes sociais, mas dependendo de cada caso. No meu caso, eu gosto de estar, acho também que temos de estar nas redes em que nos sentimos bem”.
– Mariana Bossy
Gestão de várias plataformas ao mesmo tempo
“Também é importante delegar. Por exemplo, edição de vídeos é uma coisa que eu já aprendi a delegar. Para mim faz sentido ter várias e nutrir várias porque, por exemplo agora com o TikTok, acho que é um conteúdo tão orgânico e tão instantâneo, e que eu não tenho que pensar muito, e acho que as pessoas gostam disso. O Youtube era muito mais pensando e trabalhado. E eu consigo mostrar outras facetas minhas”.
– Owhana
Instagram e a televisão
“O Instagram na minha vida veio revolucionar muita coisa. Quando comecei aos 16 anos, não tinha esse poder da palavra do meu lado, na altura em que a imprensa escrita estava em altas e portanto a notícia nunca era minha, falavam sempre por mim. Era muito difícil tu conseguires contrariar uma ideia publicada. O Instagram deu-me as ferramentas que eu precisava e nem sabia que poderia usufruir. Começou sem qualquer objetivo comercial, mas o facto de aquilo ser quase um reality da minha vida, levou as pessoas a aproximarem-se de uma forma que é completamente impossível num programa de televisão, num horário fixo, com um slot semanal”.
– Carolina Patrocínio
Regularidade no Youtube
“Nunca falhei. Vou pegar numa frase que tu [Mafalda Creative] disseste: fazer vídeos de repente é muita coisa. E é verdade. As pessoas às vezes não têm noção e acabam por se calhar pensar de uma forma errada sobre isso, mas fazer vídeos é realmente muita coisa. Nós acabamos por ser editoras, produtoras, criativas e dar a cara por muitas histórias. Dá muito trabalho, mas é uma coisa que nós fazemos principalmente com paixão e se não fizermos o que gostamos realmente vai-se perceber”.
– Mariana Bossy
Responsabilidade social
“Penso muito na responsabilidade e no dom da palavra que nos foi concedido. Eu encaro muito a minha profissão como irmã mais velha, então os conselhos que eu dou à minha comunidade são aquilo que eu gostava que dissessem ao meu irmão. Dar bons conselhos, de forma correta, e tento manter a minha bússola moral e ética em check. Eu levo mesmo a sério essa responsabilidade. Enquanto mulheres, apoiem criadoras de conteúdo mulheres, eu bebo muita influência de criadoras de conteúdo mulheres”.
– Owhana
“Podermos ser reais uns com os outros, podermos fazer aquilo que gostamos e insistirmos, trabalhar para alcançar. Se não trabalharmos e não formos insistentes com o que fazemos, não vamos chegar lá. Em relação à responsabilidade que nós temos, nós não somos professores, não temos a responsabilidade de falar sobre tudo, mas é bom que possamos ter uma mensagem positiva e darmos a nossa opinião naquilo que nos diz respeito e que nos diga alguma coisa”.
– Mariana Bossy
“Eu acho que a mensagem mais importante é estarmos do lado certo da história, no sentido em que trabalhamos e partilhamos conteúdo sob esse chapéu da bondade e do amor. Porque apesar de trabalharmos num telefone pequenino, o ecrã tem esse poder gigantesco de tocar em muitas vidas. Se estiveres sempre do lado do amor e da partilha, da generosidade, da ajuda, acho que vais pelo bom caminho. A responsabilidade, por um lado não podemos ficar com demasiado medo de falar, mas estando do lado certo estamos no bom caminho”.
– Carolina Patrocínio