A popular cadeia norte-americana de cafés Starbucks está à procura de um comprador para os seus negócios na China, devido ao impacto nos resultados da empresa suscitado pela concorrência local, informou hoje o portal de notícias Caixin.
A Caixin, que cita fontes anónimas, revelou que a empresa norte-americana realizou recentemente reuniões com quase 20 potenciais compradores, embora a atual avaliação de mercado da Starbucks torne a operação cara e, portanto, “difícil”.
Uma dessas fontes indicou que a Starbucks iniciou estas rondas de contactos em fevereiro, inicialmente apenas à procura de um parceiro local. Alguns fundos de investimento mostraram interesse, mas não dispunham de recursos suficientes, indicou.
Após apresentar os resultados do segundo trimestre, o diretor executivo da Starbucks, Brian Niccol, afirmou que a sua equipa está focada em efetuar mudanças nos seus negócios na China para “ser mais competitiva” nesse mercado, com o qual reafirmou o seu “compromisso a longo prazo”.
“Vemos um grande potencial para os nossos negócios na China ao longo dos próximos anos e continuamos abertos a [descobrir] como alcançá-lo”, afirmou o executivo.
No entanto, as cadeias chinesas de cafetarias emergentes estão a ameaçar a presença da Starbucks: de acordo com um relatório da Zheshang Securities, a sua quota de mercado caiu de 5,6% para 4,2% entre 2022 e 2024, enquanto a do seu principal rival, Luckin Coffee, subiu de 6,1% para 11% no mesmo período.
Além disso, a entrada do gigante chinês do comércio eletrónico JD.com no negócio de entrega de comida ao domicílio intensificou a guerra de preços no setor das bebidas, uma vez que a plataforma Ele.me – do rival Alibaba – anunciou semanas depois uma promoção em que oferecia milhões de chás com leite ou cafés.
Num cenário de debilidade para o consumo na China, a Starbucks teve que reduzir os preços de dezenas de produtos: a Caixin estima esses descontos em cerca de 5 yuans (0,6 euros) em média e esclarece que, por enquanto, não incluem o café, mas outras bebidas como os “frappuccinos”, os chás gelados ou os chás com leite.
Em resposta à informação divulgada pela Caixin, a Starbucks assegurou num comunicado que não está “a considerar a venda total dos seus negócios na China” e que está simplesmente “a avaliar qual é a melhor forma de aproveitar as futuras oportunidades de crescimento”.
Lusa