É incontornável afirmar que a Inteligência Artificial (IA) faz parte do nosso dia a dia e já poucas atividades dela prescindem. Apesar das funções que exigem competências nesta área terem aumentado no último ano, apenas um em cada dez colaboradores recebeu formação em IA no último ano. Os dados são da Randstad, que acaba de apresentar o seu mais recente estudo Workmonitor Pulse Survey (com base em informações de emprego e inquéritos a 7 mil colaborados no mundo), relativo ao terceiro trimestre deste ano. Ou seja, em termos percentuais, foram apenas 13% os funcionários que viram as suas competências nesta área serem melhoradas através de ações de formação suportadas pelas empresas.
Segundo os resultados deste estudo foram mais de metade os inquiridos que acreditam as que IA vai melhorar as suas perspetivas de progressão na carreira, ultrapassando largamente os que têm receio destas tecnologias. Cerca de 47% dos colaboradores revelaram entusiasmo em ter IA no local de trabalho, sendo que apenas 39% mostraram preocupação com esse facto.
Aprendizagens são importantes para o futuro da carreira
São cerca de 55% os inquiridos que se mostram conscientes de que a aprendizagem e o desenvolvimento são importantes para garantir o futuro da sua carreira, sendo que um quinto gostaria mesmo que lhes fosse dada formação em IA nos próximos 12 meses. Curiosamente esta é a terceira oportunidade que mais gostariam de ter, sendo a segunda a formação em bem-estar e mindfulness (23%) e a primeira em competências de liderança (cerca de 24%). Verifica-se que existe uma lacuna significativa entre a formação que os colaboradores desejam e aquela que recebem.
Este estudo concluiu ainda que 25% dos inquiridos afirmam não ter recebido qualquer formação nos últimos meses, sendo a percentagem maior no caso dos operários (cerca de 41%).
Os resultados mostram ainda que a geração Z valoriza mais a aprendizagem e desenvolvimento do que a flexibilidade no trabalho e a cultura da empresa. A Remuneração continua a ser, também para esta geração, o factor de maior importância. São também os colaboradores mais jovens que se mostram mais dispostos a tomar medidas caso as suas exigências de formação não forem atendidas, com 41% a afirmarem que abandonariam o emprego caso isso acontecesse.
“Percebemos que cada vez mais os empregadores procuram talento com competências em IA – a nossa própria análise dos anúncios de emprego revela um aumento de 2000% desde o primeiro trimestre”, destaca Isabel Roseiro, Diretora de Marketing e Comunicação da Randstad Portugal. “A IA mostra um impacto profundo na produtividade e no desempenho geral no local de trabalho. É, no entanto, fundamental que exista um equilíbrio entre as competências exigidas pelas empresas e desejadas pelos colaboradores, por um lado, e as oportunidades de formação oferecidas, por outro. A IA veio para ficar e os nossos dados revelam que os profissionais estão prontos para adotar esta tecnologia também para o seu próprio benefício. As organizações bem-sucedidas serão aquelas que aproveitarem as oportunidades da IA”, conclui.