O campus tecnológico do grupo Crédit Agricole, KLx, lançou uma forma diferente de investir na formação dos seus elementos, através da criação de comunidades de partilha de conhecimento temáticas em que, para além de oradores convidados, os colaboradores podem participar em sessões e workshops, tanto como formadores como formandos, independentemente da sua posição hierárquica e função.
Diana Cruz, Project Lead da Comunidade K-Tech na KLx, explica como se organizam estas comunidades e os efeitos práticos que permitem.
Como surgiu a Comunidade K-Tech na KLx e qual é o seu propósito principal dentro da empresa?
Diana Cruz: A K-Tech surgiu de um evento promovido por um dos nossos colaboradores, Luís Dinis, que aí identificou uma oportunidade de promoção da cultura KLxiana. Enquanto campus tecnológico do grupo Crédit Agricole, estamos muito focados na aposta em novas tecnologias e metodologias, que possam trazer inovação sem prejuízo das regras de negócio e compliance.
Por outro lado, identificámos a necessidade de promover a partilha de conhecimento entre todas as equipas, independentemente do cliente ou do projeto no qual trabalham, em prol de um propósito comum: fazer mais e melhor.
Esta iniciativa contribui para a manutenção dos padrões de excelência a que já acostumámos os nossos parceiros e, simultaneamente, facilita a aprendizagem contínua em que acreditamos e investimos.
Quais são os diferentes temas abordados pela vossa Comunidade K-Tech e quem é que nela intervém?
Uma vez que o grande propósito desta iniciativa é o de permitir que os nossos profissionais se debrucem sob vários temas tecnológicos, a K-Tech Community foca-se em tópicos transversais e outros mais específicos, como Cloud, DevOps, Testing, Inteligência Artificial e Cibersegurança, por exemplo.
Todos os colaboradores da KLx são convidados a participar, seja de forma ativa ou passiva, independentemente da sua posição hierárquica e função.
Por outro lado, também abrimos alguns eventos para o exterior, seja com oradores convidados, seja a nível dos participantes – este ano iremos apostar mais nessa vertente.
“Todos os colaboradores da KLx são convidados a participar, seja de forma ativa ou passiva, independentemente da sua posição hierárquica e função”
Como são distribuídas as pessoas que nelas participam? Todos os colaboradores têm de integrar uma destas comunidades de conhecimento?
A participação dos colaboradores na K-Tech Community é voluntária. Esta participação é integrada nos objetivos de carreira e constitui um dos muitos projetos internos que desenvolvemos para que todos possam aprender através da experiência dos colegas e, também, para que mantenham o seu interesse e envolvimento com o propósito da empresa.
Assim, cada colaborador tem a liberdade de escolher se e onde quer ter um papel mais ou menos ativo – eventos, atividades assíncronas, workshops, entre outras iniciativas da K-Tech.
Que tipo de atividades e eventos são organizados pelas Comunidades K-Tech? Talks?
As atividades podem assumir diferentes formatos: desde eventos (entre eles as K-Talks e os K-Flirts), à produção de guidelines sobre tecnologia e metodologias associadas.
No caso das K-Talks, estamos a falar de um evento presencial mensal para uma audiência heterogénea (onde qualquer colaborador se pode inscrever), seja em formato de apresentação ou de debate. O objetivo é trazer temas atuais e criar um espaço de aprendizagem útil para o dia-a-dia dos nossos colaboradores. Nestas podemos ter convidados externos à organização e/ou parceiros que contribuem com novas perspetivas e experiências (como foi o caso da Lisbon JUG).
Estão ativas cinco comunidades em torno de diferentes temas/metodologias tecnológicas – Agile, DevOps, Testing, Java, ELK.
Por sua vez, os K-Flirts são semanais e feitos na lógica de brainstorming, juntando um pequeno grupo de cinco ou seis colaboradores que trabalham sobre o tópico eleito – aí podem trocar ideias informalmente sobre um artigo relacionado, uma novidade ou um projeto.
Mas não pára por aqui: temos no roadmap deste ano outros eventos na lógica de workshop onde os participantes testam na prática as soluções que discutem entre eles.
Garantimos, assim, que todos os profissionais têm a oportunidade e o momento certos para exporem as suas dúvidas e dificuldades, contribuindo também com ideias e propostas de resolução de problemas.
Como é que cada comunidade se organiza e com que periocidade se reúne?
A K-Tech tem uma equipa que, juntamente comigo, é responsável pela organização e promoção, sendo esta uma atividade realizada em paralelo com a missão junto dos clientes. Temos um grupo de 3 a 6 colaboradores dedicado, por temática, que provêm de diferentes equipas. Estes são responsáveis por dinamizar aquela “mini-comunidade” e organizar as diferentes iniciativas.
Para as partilhas assíncronas utilizamos os canais MS Teams dedicados à K-Tech. Aí garantimos que toda a empresa recebe as atualizações sobre o calendário, novidades, repositórios de informação, e que não se perde o propósito do projeto – a partilha e a aprendizagem contínua.
“As aprendizagens dos colegas podem ser muito úteis para outros e, até, complementares para o seu trabalho”
Neste momento, organizamos 1 a 2 iniciativas por semana, alternando as diferentes temáticas para que possamos responder recorrentemente aos vários interesses e necessidades.
Como é que cada Comunidade K-Tech facilita a partilha de conhecimento e experiências entre os membros da equipa?
Por norma, o apresentador/animador de dada iniciativa escolhe um tema com o qual já trabalhou e fala sobre os desafios e aprendizagens que resultaram desse trabalho. Mas também temos apresentações sobre a aplicabilidade das tecnologias aos contextos de negócio, que muitas vezes facilitam processos de mobilidade e colaboração interna.
Os momentos de partilha mais apreciados pelos participantes são, sem dúvida, os presenciais, onde realmente se criam sinergias entre pessoas alocadas a diferentes projetos. As aprendizagens dos colegas podem ser muito úteis para outros e, até, complementares para o seu trabalho.
Quais são os principais benefícios que os colaboradores obtêm ao participarem nas Comunidades K-Tech?
Na KLx valorizamos e defendemos a formação contínua em diferentes formatos, para que as pessoas atinjam o seu máximo potencial. Na K-Tech Community, o principal benefício é o desenvolvimento das competências técnicas de uma forma pragmática e eficiente – algo que também é bastante valorizado, dado que se distingue da maioria das formações tradicionais.
Ao mesmo tempo, esta iniciativa permite que as pessoas se conheçam e interajam presencialmente, algo que tem sido desafiante em regime híbrido. Assim, trabalhamos no sentido de facilitar a motivação e a promoção dos nossos valores.
“O empenho e o envolvimento nesta partilha também contribuem para o bónus anual”
O empenho e o envolvimento nesta partilha também contribuem para o bónus anual, pois acreditamos que o tempo alocado a este projeto deve ser reconhecido e valorizado e que o sucesso das pessoas que trabalham connosco se traduz no sucesso da empresa.
Nestes primeiros meses de implementação deste projeto, que balanço fazem?
Desde que a K-Tech Community foi oficialmente lançada em janeiro do ano passado, o feedback que temos recebido tem sido bastante positivo. Temos a sorte de ter colaboradores bastante proativos, que nos ajudam a desenvolver este tipo de projetos, que os valorizam e que nos dão críticas construtivas. Neste sentido, procuramos continuar a reestruturar e a adaptar a Comunidade, não só em linha com as tendências, mas também com as necessidades que nos vão transmitindo.
A existência destas comunidades já permitiu resolver alguma matéria específica, revelando, assim, a sua utilidade de um modo prático? O quê?
Sem dúvida, a comunidade K-Tech está constantemente à procura dessa utilidade. Temos várias situações de pessoas menos experientes que iniciaram projetos novos e que conseguiram ultrapassar dificuldades graças a estas trocas. Os brainstormings e os workshops são elementos-chave nestes casos, focando-se em problemas reais e soluções específicas.
“Num meio tão dinâmico como o tecnológico, a adaptação e versatilidade tornam-se uma exigência”
Do lado da metodologia, temos também o exemplo do Agile no qual percebemos que há muita informação a circular na internet e nas diferentes organizações que não se aplica a todos os contextos. A nossa comunidade tem desmistificado e esclarecido muito esses tópicos.
Serão criadas mais comunidades, com novas temáticas?
Garantidamente que sim. O nosso grande foco este ano é abrir mais o leque de temas que abordamos. Queremos que a K-Tech esteja em constante melhoria, daí também a análise sobre as tendências do mercado, para que possamos integrar a inovação no contexto da KLx de forma ágil e orgânica. Num meio tão dinâmico como o tecnológico, a adaptação e versatilidade tornam-se uma exigência.