Escolheu ser médica. Não para seguir as pisadas do pai. Mas para seguir as suas. “Sem nenhum outro sonho escondido na gaveta”, Maria José Rego de Sousa é um dos três administradores do Grupo Germano de Susa juntamente com o pai e o irmão: “Negócios e família?! São a melhor dupla que há. A única onde existe apoio e confiança total. Onde não são necessários outros regulamentos, exceto o respeito mútuo e a base sólida do afeto que nos une. Quando alguma divergência ocorre, basta lembrarmo-nos dos valores basilares que nos unem e nos trouxeram onde estamos”.
É um grupo 100% nacional, 100% familiar e 100% de médicos. Um statement poderoso que deriva de um “DNA familiar muito coeso. Existe um forte sentimento de testemunho a passar e passado às gerações que se seguem. Mas este “statement” é mais poderoso no que se refere ao facto de sermos 100% nacionais, num contexto em que somos o único Grupo, com relevância nas análises clínicas, que não tem capital estrangeiro no seu capital social”. Para satisfazer as necessidades urgentes da pandemia foram investidos cerca de 9,5 milhões de euros “e não só em equipamentos vários necessários para as técnicas de PCR”.
“Quando alguma divergência ocorre, basta lembrarmo-nos dos valores basilares que nos unem e nos trouxeram onde estamos”.
Em 2013 é chamada a assumir funções de gestão com responsabilidade dos pelouros dos Departamentos Médico, da Qualidade Laboratorial, da Formação Interna, da relação com a Academia (dos quais somos polos de ensino da Nova Medical School e da Universidade Católica Portuguesa) e da Educação Científica (promovendo atividade científica interna, publicações científicas e presença científica em muitos e diversos Congressos Médicos), a nível local e nacional.
“A nossa viagem, do Grupo Germano de Sousa, desde o momento em que eu e o meu irmão José Germano de Sousa nos juntámos ao nosso pai, Germano de Sousa, em 2002, tem sido cheia de desafios ganhos, rica em aprendizagem e crescimento, alicerçada nos valores da excelência, do rigor e da confiança, da qualidade, da integridade e da inovação científica, que imprimimos no grupo e que queremos que sejam apreendidos pelos Portugueses. Uma viagem que também é feita com o espírito que nos une, que é o de uma família, e que neste caso é já uma família com mais de 1600 elementos”.
“No mundo dos negócios, este ainda é predominado por homens”, nota Maria José Rego de Sousa.
Presidente da Sociedade Portuguesa de Patologia Clínica e com uma atividade académica intensa – Regente de uma Unidade Curricular dedicada à Medicina Laboratorial na Nova Medical School e regente da unidade Curricular “Regulation and Integration” na Faculdade de Medicina da Universidade Católica Portuguesa -, Maria José concilia a visão académica com o mundo real: “Apesar do género feminino ser uma maioria em Medicina e em muitas outras Profissões, ainda somos uma minoria em lugares de chefia. No entanto, a maioria dos profissionais do meu grupo são mulheres e é com muitas mulheres que lido diariamente. Nesse sentido, é muito fácil estar em lugar de liderança. Reconheço, no entanto, que no mundo dos negócios, este ainda é predominado por homens e que a linguagem ocorre mais facilmente entre géneros iguais”. Mas num board maioritariamente ocupado por homens, quando as divergências acontecem “o exercício da argumentação lógica na defesa dos pontos individuais, é levado até ao ponto da harmonia e congruência da estratégia a seguir”, acentua. Porque é preciso seguir em frente.
O artigo completo na edição fevereiro/março de 2022