Portugal tem estado entre os países preferidos para se investir no imobiliário de luxo. No caso da RE/MAX, quais as características dos imóveis com mais saída e como tem evoluído a procura?

Um imóvel de luxo obedece a um conjunto rigoroso e alargado de critérios, desde o apurado design de interiores à nobreza dos materiais e acabamentos. O segmento, no que à RE/MAX diz respeito, tem evoluído muito positivamente, não obstante a ligeira quebra registada em 2020, já suplantada no primeiro semestre de 2021, o melhor primeiro semestre de sempre deste segmento. Portugal, pelo seu património histórico, pela cultura exemplar, pela hospitalidade do seu povo, assim como pela estabilidade política e pela segurança que apresenta (uma das maiores a nível mundial), reúne todas as condições para que um investidor se sinta seguro quando decide investir. A tudo isto acresce o facto do imobiliário ser um produto que nos últimos anos apresenta uma tendência de valorização, fator preponderante para um qualquer investidor.

Mas existe uma tipologia dentro deste segmento com maior procura?

Neste segmento não existem parâmetros rígidos seja quanto à tipologia, seja quanto ao preço: desde o palacete oitocentista, à moradia com o maior conforto possível até ao apartamento T2 em zona premium, a procura é diversificada, pelo que os preços podem naturalmente variar desde as muitas centenas de milhares a vários milhões de euros.

Já há regiões e cidades que se estão a destacar neste segmento?

Não obstante a procura abranger todas as regiões do país e ilhas, esta tem estado mais centrada na região da Grande Lisboa e do Grande Porto.

É possível identificar o perfil de quem está a investir em imóveis de luxo?

O perfil de um investidor em imóveis e luxo é de alguém que procura o máximo conforto, a mais elevada qualidade dos materiais, a combinação perfeita entre arquitetura e urbanismo que um imóvel possa oferecer.

Os estrangeiros são os principais clientes deste segmento?

Não obstante neste primeiro semestre de 2021, ter-se registado um acréscimo da importância do investidor português, com quase 70% das transações, em anos anteriores tem rondado os 45-55%. Os clientes brasileiros, franceses, ingleses, chineses, norte-americanos e espanhóis lideram as cerca de três dezenas de nacionalidades estrangeiras que procuram imóveis deste segmento.

O cenário de pandemia teve impacto na evolução deste segmento?

A pandemia teve o seu maior impacto em 2020 pela elevada incerteza que originou nos mercados internacionais, assim como pelas fortes restrições aos movimentos de pessoas e capitais. 2021 revelou já ser um ano de recuperação, com o regresso progressivo a índices do passado e com o aumento da confiança dos investidores. Para se ter uma ideia mais concreta, no primeiro semestre de 2021 o volume de preços deste segmento na RE/MAX aumentou 43% e as transações 46% face ao semestre homólogo, indicadores claros de uma retoma que é aguardada pelos especialistas.

Qual tem sido o contributo do regime dos Vistos Gold na atração de investidores?

Os Vistos Gold têm sido um forte atrativo de investimento internacional, para o qual este segmento de luxo não foi alheio. Não obstante o próprio regime fiscal para residentes não habituais, em sede de IRS, ter-se revelado bastante apelativo para muitos cidadãos estrangeiros, não podemos esquecer que são questões como a segurança sanitária e a estabilidade política e social, importantes fatores que estimulam a procura.