Quando o tema é a missão eLisa, Ivo Vieira, director executivo da empresa LusoSpace, não se inibe em afirmar que é “provável que um dia vá sair dali um prémio Nobel da Física”. Com esta missão, a Agência Espacial Europeia (ESA, na sigla em inglês), em conjunto com todas as empresas envolvidas, pretende detectar as ondas gravitacionais previstas pela teoria da relatividade de Albert Einstein. Bom, as ondas já foram detectadas, mas indirectamente.
“O que se conseguiu fazer foi detectar um fenómeno que permitiu comprovar que as ondas gravitacionais existem”, explica Ivo. Agora o objectivo é fazê-lo directamente através de uma estrutura criada para o efeito, consistindo em três sondas posicionadas em triângulo e um laser que mede a distância entre elas e irá “perceber se há ondas gravitacionais que estão a fazer mexer os satélites”, explica. O laser é essencial para a obtenção de resultados, o que deixa a LusoSpace mesmo no centro da missão, pois é a empresa responsável pela sua criação. Este será o componente que vai permitir medir as ondas gravitacionais.
Quando em 2002 foi criada uma equipa para ajudar empresas e universidades portuguesas a obterem contratos com a ESA, Ivo Vieira agarrou a oportunidade e decidiu fundar a LusoSpace.
“O eLisa é o projecto mais avançado que nós temos”, diz Ivo. As vantagens desta descoberta são ainda incertas, mas o líder da empresa portuguesa confessa que é assim que a ciência funciona: “sempre que descobriram um fenómeno físico não tinham noção para que é que servia”, diz. Neste caso, mais do que detectar as ondas, o que se pretende é apurar os modelos e percebê-los para permitir uma melhor compreensão. Será possível, por exemplo, perceber como a gravidade funciona e “talvez conseguir criar algum tipo de máquina que permita desviar essas gravidades”, afirma Ivo, assumindo que está a ser talvez muito futurista. Mas este não é o único que a LusoSpace está a desenvolver para a ESA.
Licenciado em Engenharia Física, Ivo foi sempre um apaixonado pelo espaço e foi essa paixão que o levou a um doutoramento na área. Quando em 2002 foi criada uma equipa para ajudar empresas e universidades portuguesas a obterem contratos com a ESA, Ivo agarrou a oportunidade e decidiu fundar a LusoSpace. É ainda pequena, mas a indústria espacial portuguesa quer e tem espaço para crescer. A LusoSpace é um exemplo. Esta empresa portuguesa é uma das grandes responsáveis pelo facto de várias missões espaciais internacionais terem integrados componentes made in Portugal. Saiba mais na FORBES de Fevereiro, nas bancas.