O Município de Leiria está a promover um projeto destinado a 25 crianças sobredotadas do 1.º ciclo, que tem como objetivo contribuir para uma melhor adaptação ao meio escolar e que ambiciona apoiar pais e professores.
“A escola preocupa-se especialmente com as crianças que estão em risco, ao nível da aprendizagem. E estas crianças também estão em risco muitas vezes, porque têm dificuldades em se adaptar ao meio escolar, têm até dificuldade em se adaptar ao grupo turma”, constatou à agência Lusa a vereadora da Educação, Anabela Graça (PS).
A autarca salientou que este programa tem também “o objetivo de criar competências ao nível das relações interpessoais, do saber estar em grupo e se conhecerem a si próprios para se poderem relacionar com os outros”.
Anabela Graça revelou que o ‘Programa Investir na Capacidade’ “tem tido um impacto muito importante nestas crianças na escola e nas turmas onde estão”, ao longo dos sete anos que se tem desenrolado em parceria com a Associação Portuguesa de Crianças Sobredotadas e com a Escola de Educação e Ciências Sociais do Politécnico de Leiria.
Considerando que as “famílias necessitam muito de apoio”, a vereadora anunciou que o programa inclui este ano um dia de formação para os pais, de modo a melhorar a sua capacitação.
“Agora vamos também trabalhar com os professores destes alunos. Isto é, uma ligação entre os técnicos, os especialistas e os professores para perceberem qual é o impacto que este programa está a ter no dia-a-dia da criança e perceber o que é que os professores podem fazer no sentido de colaborarem com o programa”, acrescentou.
Ao longo de 16 sessões quinzenais, que tiveram início no dia 28 de outubro, o programa visa desenvolver nas crianças o seu potencial, criatividade, interação social com os pares, maturidade emocional e competências motoras, através da realização de várias iniciativas.
Um programa da rádio, aulas de dança, “porque estes miúdos têm algumas dificuldades ao nível da expressão físico-motora”, aulas de laboratório, visitas a museus, cinema ou debates são algumas das atividades previstas.
“São atividades lúdicas que vêm ao encontro dos seus talentos. Em algumas áreas sublinhamos os talentos que alguns têm, mas também a falta de talento e a sua ‘paciência’ para lidar com muitos conteúdos que eles próprios acham que para eles não são importantes”, adiantou.
Segundo Anabela Graça, há “uma desmotivação da criança para alguns temas”.
“Por exemplo, um aluno que é muito bom a matemática, depois desvaloriza o português ou a leitura. Portanto, temos atividades de leitura na biblioteca. As atividades são muito diversificadas”.
As atividades são dinamizadas pela equipa Plano Inovador de Combate ao Insucesso Escolar.
Nesta edição foram admitidos 25 dos 108 alunos sinalizados por 26 professores das escolas do concelho, a partir de um protocolo de triagem desenvolvido pela Associação Portuguesa de Crianças Sobredotadas.
Lusa