A reduzida representatividade de mulheres nos cargos de administração, continua a ser uma preocupação nas organizações a nível global, sendo isso ainda mais evidente quando se trata de posições de chefia, dá conta a 7ª edição da publicação “Women in the Boardroom”, da Deloitte.
O relatório da Deloitte inclui informação atualizada de 72 países sobre a diversidade de género nos conselhos de administração, explorando insights sobre tendências políticas, sociais e legislativas por trás desses números.
Este relatório afirma que, embora os esforços dos setores privados e públicos demonstrem que caminhamos no sentido da paridade, o ritmo de progresso coletivo precisa necessariamente de acelerar.
A análise de 2022 revela uma desconexão entre o progresso de género nos Conselhos de Administração e C-levels (também chamados de C-Suite, os mais altos cargos de liderança das empresas).
De acordo com a Deloitte, apenas 6,7% das mulheres são Presidentes de Conselho de Administração, com ainda menos mulheres a ocupar o cargo de CEO, apenas 5%.
A este ritmo, a paridade só seria alcançada em 2045.
O estudo refere ainda que apenas 19,7%, em termos de média global, dos lugares nos Conselhos de Administração são ocupados por mulheres, um aumento de 2,8 pontos percentuais desde 2018. “Se assumirmos este ritmo de aumento a cada dois anos, poderíamos alcançar a paridade em 2045 – 7 anos antes do que concluíamos no nosso relatório anterior”, salienta a consultiora.
Na avaliação da Deloitte, empresas que apresentem mulheres com o cargo de CEO ou Chair do Conselho de Administração têm Conselhos significativamente mais equilibrados do que aquelas lideradas por homens.
Em Portugal, da lista das empresas analisadas pela Deloitte, a média de mulheres em cargos de administração é de 23,3%.
Mais especificamente, mulheres com assento nos conselhos de administração das empresas do PSI-20 são na ordem dos 5,6%, de acordo com esta análise.
“Nos últimos dois anos, Portugal fez melhorias no que diz respeito à representação feminina nos conselhos de administração das empresas portuguesas, mas ainda há um longo caminho a percorrer. Com 61,3 pontos em 100, Portugal ocupa o 16º lugar na UE no Índice de Igualdade de Género, 6,6 pontos abaixo da pontuação da UE”, diz Pedro Miguel Mendes, da Deloitte.
Este responsável da consultora diz que em Portugal, as mulheres ocupam 23,3% dos assentos nos conselhos de administração. Este número não apenas fica aquém da paridade, mas está abaixo da média europeia e da quota de género de 33,3% que foi inscrita na lei”.
“Estes números reacenderam a discussão sobre a igualdade de género em Portugal e na Europa. É considerado prioritário pelo Parlamento Europeu, que considera tomar medidas regulatórias para aumentar a presença de mulheres em cargos de liderança corporativa. Acredito que mais progressos precisam de ser totalmente adotados, pois já foram adiados por muitos anos”, conclui Pedro Miguel Mendes.
Estudo completo pode ser descarregado aqui em baixo: