A U.S. International Development Finance Corporation (DFC) fechou o acordo de financiamento para a modernização do Corredor do Lobito, em Angola, no qual a Mota-Engil lidera o projeto e detém a concessão em parceria com a Trafigura.
No comunicado da DFC, a que a Forbes Portugal teve acesso, pode ler-se que o empréstimo de 753 milhões de dólares (cerca de 641,7 milhões de euros) é um marco importante para o projeto Ferrovia Atlântica do Lobito (LAR). A instituição refere que este financiamento “sublinha o compromisso dos Estados Unidos em promover infraestruturas estratégicas que promovam o comércio regional, o crescimento económico mútuo e a cooperação a longo prazo entre os EUA e África”.
O empréstimo vai apoiar a reabilitação e operação do porto mineral no Lobito e uma linha ferroviária com cerca de 1.300 quilómetros, que liga o porto de Lobito a Luau, na fronteira angolana. O investimento da DFC, juntamente com a DBSA, na Ferrovia Atlântica do Lobito deverá aumentar em dez vezes a capacidade de transporte do Lobito, para 4,6 milhões de toneladas métricas, bem como reduzir o custo do transporte de minerais essenciais em até 30%.
Na cerimónia de assinatura estiveram presentes o CEO da DFC, Ben Black, o secretário de Estado Adjunto para Assuntos Económicos, Energéticos e Empresariais, Caleb Orr, o ministro dos Transportes de Angola, Ricardo D’Abreu, o executivo do Grupo do Banco de Desenvolvimento da África do Sul (DBSA), Mpho Mokwele, o vice-CEO da Mota Engil, Manuel Mota e o CEO da Trafigura, Richard Holtum.
Citado no comunicado, o CEO da DFC, Ben Black, realça que “a assinatura do nosso contrato de empréstimo para a Ferrovia Atlântica do Lobito, em Angola, reforça ainda mais o compromisso do presidente Trump em estabelecer parcerias e alianças sólidas em África”. E acrescenta que este investimento “baseia-se no trabalho impactante que a DFC já está a liderar ao longo do corredor, reforçando a sua missão de impulsionar o crescimento económico sustentável e fortalecer a infraestrutura estratégica”.
O ministro dos Transportes de Angola, Ricardo Viegas D’Abreu, sublinhou que “com este financiamento, a LAR reforçará as suas capacidades operacionais, garantindo que a ferrovia funcione em pleno potencial e contribua para o crescimento económico sustentado em Angola e em toda a região”. Ricardo Viegas D’Abreu destacou que o acordo de financiamento entre a DFC e a Lobito Atlantic Railway “representa um marco histórico para Angola. Embora a DFC já tenha apoiado projetos no país, este financiamento destaca-se pela sua escala sem precedentes e importância estratégica. Estabelece um importante ponto de referência para outros setores acederem ao capital de instituições americanas”.
O vice-presidente executivo da Mota Engil, Manuel Mota realça que “este acordo estratégico irá expandir a capacidade de transporte, reduzir os custos de trânsito e abrir o acesso às regiões ricas em minerais da República Democrática do Congo e da Zâmbia”. Manuel Mota sublinhou que “a participação da Mota-Engil reforça o seu compromisso em fornecer infraestruturas que apoiem as prioridades nacionais de Angola, a diversificação económica e a conectividade regional”. O vice-CEO do grupo português não tem dúvidas que “este financiamento estratégico não só permite mais investimentos no projeto, como também reforça a confiança na capacidade institucional de Angola para atrair interesse para iniciativas de infraestruturas de classe mundial”.
A DFC, criada em 2019 com apoio bipartidário sob a presidência de Donald Trump, é o braço de investimento internacional do governo dos EUA. A instituição financeira faz parcerias com o setor privado para promover a política externa dos EUA e fortalecer a segurança nacional, mobilizando capital privado em todo o mundo. A DFC investe em setores estratégicos, incluindo minerais críticos, infraestruturas modernas e tecnologia avançada.





