Em 2025, o e-commerce em Portugal superou os níveis registados durante a pandemia (2021). Atualmente, 75% dos portugueses já compram online e 46% fazem compras regulares, em linha com os números de 2021 (74% e 45%) e traduzindo um pequeno crescimento face a 2023, quando apenas 71% dos portugueses comprava online e 42% fazia compras regulares. Os dados são do recente Barómetro E-Shopper 2025 da Geopost, grupo europeu em entrega de encomendas e soluções para o comércio eletrónico, do qual faz parte a operadora de transporte expresso DPD Portugal.
O estudo refere ainda que a frequência anual de compras também aumentou, passando de 34 em 2023 para 39,4 em 2025, embora ainda abaixo da média europeia (48,6). Por mês, cada e-shopper nacional recebeu em média 4,2 encomendas.
Em paralelo, regista-se o crescimento das entregas fora de casa, para o qual também contribui o uso crescente de lockers – já adotados por 14% dos portugueses. E embora a Geração Z, se encontre altamente ligada às redes sociais, apenas 39% efetua compras através delas.
Américo Mendes, Director Geral Business da DPD Portugal, defende que “os resultados do Barómetro E-Shopper 2025 são um sinal claro da direção que o e-commerce está a seguir em Portugal: cada vez mais guiado pela conveniência, confiança e inovação. O crescimento das soluções out-of-home, em particular dos lockers, e o peso crescente da Geração Z evidenciam consumidores que estão a moldar novas regras e a exigir soluções mais flexíveis, sustentáveis e alinhadas com as suas expectativas. O futuro do e-commerce dependerá da capacidade das marcas e operadores anteciparem estas tendências e oferecerem experiências de entrega que acrescentem valor em cada interação.”
Segunda-mão
O que há poucos anos era uma tendência de nicho tornou-se hoje uma prática generalizada. Em 2025, dois em cada três portugueses (67%) já compra artigos em segunda mão online, mais 7 pontos percentuais face a 2023. Este crescimento traduz-se numa mudança estrutural do mercado: a compra e venda de artigos em segunda mão deixou de ser apenas uma opção alternativa, tornando-se parte do consumo digital regular.
78% coloca o preço em primeiro lugar
O preço mantém-se como o fator mais determinante nas decisões de compra online em Portugal. De acordo com o Barómetro E-Shopper 2025, 78% dos e-shoppers regulares nacionais assumem que o preço é um dos fatores decisivos no processo de comprar, um valor claramente superior à média europeia (68%).
Moda e beleza lideram categorias preferidas dos e-shoppers
Os e-shoppers portugueses revelam uma diversidade crescente nas suas escolhas. Em média, cada consumidor online compra em 5,6 categorias diferentes, com destaque para moda (64%), beleza e saúde (53%) e calçado (43%). Além disso, começam a destacar-se novas categorias de consumo, com os livros (42%) e a mercearia (33%), o que demonstra a crescente integração do comércio online no dia a dia dos consumidores. No caso específico da mercearia, verifica-se que o digital deixou de ser associado apenas a compras pontuais, passando a responder também a necessidades frequentes e de rotina.
Soluções Out-Of- Home: 14% dos portugueses já usa lockers
As entregas Out-Of-Home estão a consolidar-se como uma tendência estrutural do e-commerce. Em 2025, 14% dos e-shoppers portugueses já recorrem a lockers, mais 5 pontos percentuais face a 2023, refletindo um crescimento consistente, mas, ainda assim, abaixo da média europeia (27%).
O estudo mostra ainda que os e-shoppers veem como cada vez mais importante conhecer a transportadora que entrega as suas encomendas (63%), tendo este indicador aumentado 9 pontos percentuais relativamente a 2023, revelando que poder escolher a empresa que se prefere ou evitar uma em que não confie é, claramente, um motor para a compra online.
100% dos e-shoppers portugueses da Geração Z usam redes sociais semanalmente, mas apenas 39% concretizam compras diretamente via social commerce.
A Gen Z (18-27 anos) surge na sua totalidade a usar redes sociais semanalmente e 92% recorre a estas plataformas para descobrir ideias ou produtos que pretende adquirir. Contudo, apenas 39% concretizam compras diretamente via social commerce, muito abaixo da média europeia (61%). Esta discrepância mostra um público altamente digitalizado, mas ainda reticente no processo de compra.
As plataformas mais relevantes são o Instagram, YouTube e TikTok, com o TikTok a registar uma subida expressiva de +17 pontos percentuais face a 2023, enquanto o Facebook perdeu 33 pontos percentuais e caiu para quarto lugar do ranking.