Representantes de empresas portuguesas afirmaram à Lusa que Moçambique tem potencial de crescimento e oportunidades de negócios, pelo que procuraram explorar novas áreas para apostar no país.
Atenta ao crescente interesse pelas energias renováveis em Moçambique, a LCPOWER, que opera há 38 anos em Portugal, quer consolidar a presença no país africano, onde está desde 2012, oferecendo equipamentos e assistência técnica a grandes entidades, disse à Lusa Filipe Viegas, representante da firma, à margem da Feira Internacional de Maputo (FACIM), que decorre em Maputo.
“Além da parte de venda, fazemos assistência às manutenções e temos contrato de manutenção com vários bancos, a nível nacional (…). Ao longo dos anos, temos vindo a singrar”, afirmou Viegas.
A empresa tem como diferencial a oferta de equipamentos de grandes marcas internacionais, incluindo painéis solares, várias gamas de baterias, inversores, geradores e estabilizadores.
“Com algum cuidado, vamos ampliando o portfólio, nomeadamente, nas energias renováveis, a empresa quer crescer sustentavelmente”, enfatizou.
O foco da LCPOWER são os grandes clientes, entre os quais se inclui o Banco de Moçambique, e, brevemente, a empresa vai montar um sistema solar no distrito de Palma, província de Cabo Delgado, norte de Moçambique, avançou Filipe Viegas.
TV Cabo explora o potencial na telecomunicações
Em Moçambique há mais de 25 anos, a TV Cabo quer explorar a procura crescente no setor de telecomunicações, disponibilizando serviços inovadores para áreas transversais, afirmou a diretora de marketing da empresa, Nurbai Nalá.
“A TV Cabo é uma empresa que assenta fortemente na inovação, apostamos em tecnologias de ponta, para uma internet de grande velocidade, sem custos adicionais”, declarou Nalá.
As telecomunicações, prosseguiu, estão a afirmar-se como base de sustentabilidade de muitas áreas em Moçambique, o que alarga o leque de oportunidades para os operadores do setor.
Também presente na FACIM, que decorre até domingo, a Associação Nacional das Empresas Metalúrgicas e Eletromecânicas (ANEME) considera Moçambique um país com grande potencial para desenvolver o setor, mas com necessidade de formação dos seus trabalhadores.
“A presença da ANEME enquadra-se também como integrante do projeto tripartido da cooperação portuguesa, que é o projeto do Centro de Formação da Metalurgia e Metalomecânica em Moçambique”, disse o assessor de direção daquela agremiação, João Reis.
João Reis afirmou que a iniciativa envolve também a União Geral dos Trabalhadores (UGT) de Portugal e visa a formação de moçambicanos na área de metalurgia e metalomecânica.
O projeto arrancou em 1999 e resultou na formação de milhares de trabalhadores moçambicanos e no aumento da empregabilidade, nos domínios da indústria, soldadura, torneamento, frio e eletricidade, acrescentou.
Apoiar a formação dos trabalhadores
O secretário-geral adjunto da UGT, José Cordeiro, apontou a formação de mão-de-obra como um dos pilares da cooperação com a Organização dos Trabalhadores Moçambicanos (OTM), como forma de colocar os sindicatos ao serviço das necessidades de desenvolvimento do país africano.
“O apoio à formação dos trabalhadores é uma área fulcral e para reforçar essa ideia, estamos de corpo e alma com a OTM”, declarou Cordeiro.
A Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal (AICEP) considerou “forte e dinâmica” a presença de empresas portuguesas em Moçambique, apontando a existência de uma margem de “incremento” em novas áreas de negócios.
“Temos aqui uma grande comunidade e grande parte da comunidade portuguesa são empresários. Somos uma presença empresarial muito importante no mercado, estando tradicionalmente entre os dez maiores investidores em Moçambique, historicamente ”, lembrou à Lusa a delegada da AICEP e conselheira económica e comercial da embaixada de Portugal em Maputo, Alexandra Ferreira Leite.
Lusa