Moçambique: Com mais de 110 mil animais, o Parque da Gorongosa celebra 65 anos

O Parque Nacional da Gorongosa (PNG), no centro de Moçambique, celebrou ontem 65 anos, com mais de 110 mil grandes mamíferos e 500 espécies de borboletas, aliando proteção ambiental e melhoria de vida das comunidades locais. “A população do Parque Nacional da Gorongosa e das comunidades vizinhas está a mostrar o que é possível quando…
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O Parque Nacional da Gorongosa (PNG), no centro de Moçambique, celebrou ontem 65 anos, com mais de 110 mil grandes mamíferos e 500 espécies de borboletas, aliando proteção ambiental e melhoria de vida das comunidades locais.
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O Parque Nacional da Gorongosa (PNG), no centro de Moçambique, celebrou ontem 65 anos, com mais de 110 mil grandes mamíferos e 500 espécies de borboletas, aliando proteção ambiental e melhoria de vida das comunidades locais. “A população do Parque Nacional da Gorongosa e das comunidades vizinhas está a mostrar o que é possível quando as pessoas e o planeta prosperam juntos. Eis 65 anos de beleza selvagem, ideias ousadas e propósito partilhado”, lê-se numa nota publicada na página oficial do parque, que destaca os avanços da renaturalização e do envolvimento comunitário como pilares da sua missão ecológica e social.

Criado em 1960, o parque chegou a perder quase toda a sua fauna de grande porte nos anos de guerra, mas hoje, devido a uma “visão ousada de restauração” e “esforços de translocação”, mais de 110.000 animais de grande porte vivem no Parque Nacional da Gorongosa, referiu a entidade na nota. Além dos animais de grande porte, o PNG tornou-se também um “paraíso das borboletas”, face ao cultivo de vegetais pelas famílias das zonas envolventes e que atraem os insetos.“Agora mais de 500 espécies de borboletas chamam a Gorongosa de lar — graças às famílias locais que cultivam plantas que funcionam como condomínios para borboletas. A natureza é tão multifacetada”, referiu o parque.

O Parque Nacional de Gorongosa está localizado na província de Sofala, zona centro de Moçambique, no distrito do mesmo nome do parque, situada na zona limite sul do grande Vale do Rift Africano.

Segundo a publicação do PNG, o projeto da Gorongosa inclui também programas de educação juvenil, ciência participativa e geração de rendimento sustentável para as comunidades locais. “A nossa missão hoje [é] proteger a biodiversidade e melhorar o nível de vida das pessoas. Renaturalização, educação juvenil e conservação liderada pela comunidade”, conclui o parque.

O Parque Nacional da Gorongosa documentou 110.513 animais de “grande porte”, num levantamento aéreo, estabelecendo um recorde histórico de contagem das diferentes espécies presentes naquela área protegida do centro de Moçambique, noticiou a Lusa em fevereiro. “A contagem, realizada em 197 mil hectares, entre 08 e 22 de outubro último, documentou 110.513 animais de grande porte. Os números mais elevados alguma vez registados”, refere-se num relatório do parque.

Na área do parque produz-se já café e mel da Gorongosa, a pensar na exportação e que representa uma renda para milhares de famílias.

O Parque explica ainda que a Gorongosa serve de refúgio para espécies vulneráveis e “criticamente ameaçadas”, incluindo 274 calaus terrestres e 73 ninhos activos de abutres, dos quais 29 pertencem aos abutres-de-cabeça-branca. Em 2008, a fundação do milionário e filantropo norte-americano Greg Carr assinou com o Governo moçambicano um acordo de gestão do parque por 20 anos – prolongando-o por outros 25 anos em 2018 – que tem levado à sua renovação em várias frentes, com projetos sociais aliados à conservação e com o número de animais a crescer de 10.000 para mais de cem mil.

O parque representa quase um mundo à parte em Moçambique, com 1.700 trabalhadores, incluindo sazonais e uma força de fiscais da natureza que atua em todo o território. Na área do parque produz-se já café e mel da Gorongosa, a pensar na exportação e que representa uma renda para milhares de famílias.

(Lusa)

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