Em 2009, um acordo de reacção rápida (Stand-By) do Fundo Monetário Internacional (FMI) iniciou a injecção de 1,4 mil milhões de dólares na economia nacional, a primeira vez que o país recorreu a um empréstimo do Fundo desde a adesão de Angola à instituição em Setembro de 1989. O acordo, que duraria 28 meses, foi agora seguido de um novo, um Programa de Financiamento Ampliado, que, assim o Executivo consiga pôr em marcha o cardápio de medidas acordado com a instituição de Bretton Woods, receberá 3,7 mil milhões de dólares ao longo de três anos.
Muitas questões estão em aberto, designadamente que austeridade vão os cidadãos e as empresas enfrentar, que empresas serão privatizadas quando os termos do acordo apontam para mais de uma centena, como irá a economia reagir à implementação de um novo imposto sobre o consumo, o IVA, e ao fim da subsidiação da água, energia e da gasolina (e também do gasóleo) que usamos no quotidiano.
Em entrevista à FORBES, Max Alier, representante residente do FMI e um dos participantes nas discussões com o Governo e com o Banco Nacional de Angola (BNA) decorridas em Luanda entre 1 e 14 de Agosto e entre 26 de Setembro e 8 de Outubro, considera os 3,7 mil milhões de dólares como o valor necessário para a economia retomar o encalço do progresso. Mas, admite que a salvação nacional depende da acção das autoridades, que caminham sobre uma corda fina, sobre um abismo de dívida pública, uma insuficiente diversificação da economia e sobre uma conta de reservas de moeda internacional próxima do dígito único.