O futebolista internacional argentino Lionel Messi, campeão do mundo pela Argentina, revelou que decidiu jogar no Inter Miami, dos Estados Unidos, depois de sair dos franceses do Paris Saint-Germain.
“Tomei a decisão de jogar no Inter Miami. Ainda não está fechado a 100%, faltam algumas coisas, mas decidimos seguir esse caminho. Se não ia para Barcelona, queria sair da Europa, mudar de foco e pensar mais na família”, explicou o ‘astro’ em entrevista aos jornais Sport e Mundo Deportivo, confirmando que o futuro deve passar pelo clube presidido e em parte detido pelo antigo ‘astro’ inglês David Beckham.
O atacante, formado no Newell’s Old Boys e no FC Barcelona e que jogou na equipa principal dos catalães entre 2004 e 2021, vai conhecer um novo capítulo na carreira após dois anos na capital francesa, coroados com o título nacional de França em duas temporadas e uma Supertaça, tendo cumprido 75 jogos e marcado 32 golos pelo PSG.
“Se fosse uma questão de dinheiro, eu teria ido para a Arábia Saudita ou outro lugar”, disse Messi ao Mundo Deportivo. “A verdade é que a minha decisão foi por outra razão e não por causa do dinheiro.”
“Recebi ofertas de equipas europeias, mas nem sequer as avaliei porque a minha ideia era ir para o Barcelona”, aponta Messi.
Sobre a hipótese Barcelona, o futebolista assume que “tinha muitas expectativas em voltar, mas depois do que lá vivi e da forma como saí, não queria estar novamente na mesma situação, ou seja, esperar para ver o que ia acontecer e deixar o meu futuro nas mãos de outra pessoa”.
Não indo para o Barcelona, a ideia de Messi “era sair do futebol europeu depois de ter ganho o Mundial, que era o que precisava para fechar a minha carreira e viver a MLS de outra maneira e desfrutar muito mais do dia a dia, com a mesma responsabilidade de querer ganhar e fazer as coisas sempre bem. Só que com mais tranquilidade”, diz o desportista.
Dinheiro envolvido
Os termos financeiros do contrato de duas épocas de Messi com a equipa da Major League Soccer (o principal campeonato de futebol dos Estados Unidos), são desconhecidos, mas o The Athletic noticiou que a Apple, parceira televisiva da MLS, e a Adidas ofereceram a Messi acordos de participação nos lucros.
O vencimento anual do futebolista argentino deverá ser de 60 milhões de euros, segundo a BBC.
O acordo de Messi também inclui, segundo consta, a opção de passar a ser dono de uma percentagem de uma equipa da MLS quando terminar a carreira na liga americana.
Equipa recém-nascida
Uma das particularidades desta transferência é o facto de Messi ter optado por um clube, cujo palmarés é nulo e que, tendo sido criado oficialmente em 2018, começou a sua trajetória na MLS há apenas três anos, em 2020.
A história deste clube está ligada a quando David Beckham foi jogar para os EUA, em 2007, para o Los Angeles Galaxy, onde permaneceu até 2012. Como a MLS impunha um teto salarial a todas as equipas, o contrato com o craque inglês tinha uma cláusula que lhe dava o aval para adquirir uma equipa na liga americana por 25 milhões de dólares.
Quando em 2013 descalçou as chuteiras, Beckham garantiu a compra de uma franquia que seria sediada em Miami através do Miami Beckham United, grupo de investidores liderado pelo jogador, por Simon Fuller, empresário e agente musical, e Marcelo Claure, empresário boliviano do ramo da tecnologia. Esse grupo atualmente é o Miami Freedom Park LLC.
Em janeiro de 2018, o clube ganha uma vaga na liga de futebol americana, passando a designar-se “Club Internacional de Fútbol Miami” ou Inter Miami FC – o sotaque espanhol do nome é um tributo à presença da comunidade latina na Flórida.
O Inter Miami tem apenas cinco anos de vida e é a 11ª equipa mais valiosa da MLS, com uma avaliação de 600 milhões de dólares, de acordo com as estimativas da Forbes em fevereiro.
Bilionário e estrela de futebol
O bilionário cubano-americano Jorge Mas, magnata da construção civil, e a antiga estrela do futebol inglês David Beckham estão entre os proprietários da equipa.
Os ingressos do Inter de Miami para a próxima temporada da MLS dispararam de preço esta quarta-feira, assim que se soube que Messi iria para os EUA. O vendedor de bilhetes secundários TickPick relatou um aumento de até 1.000% nos preços de entrada para os dois primeiros jogos da liga em que Messi se apresentará.
1,28 mil milhões de dólares. De acordo com as estimativas da Forbes, este é o total de ganhos de Messi ao longo da sua carreira, sem contar com impostos e honorários de agentes.
Sobre o futuro pós-carreira, Messi assume que gostaria de estar ligado ao Barcelona: “Barcelona? Obviamente que gostaria de voltar a estar perto do clube [no futuro]. Ainda para mais, vou viver na cidade. É uma das coisas de que eu, a minha mulher e os meus filhos temos a certeza. Não sei em que momento, mas oxalá algum dia possa dar algo ao clube e ajudar, é um clube que amo. Agradeço o carinho que me deram durante a minha vida e gostaria de voltar a estar lá”.
Único na história
Messi, de 35 anos, é considerado um dos melhores futebolistas de todos os tempos (para muitos mesmo o melhor da história), somando sete Bolas de Ouro, um recorde, tendo guiado a seleção da Argentina à vitória, como capitão, no Mundial 2022 no Qatar, depois de já ter conquistado a Copa América, em 2021.
Messi foi o segundo atleta mais bem pago do mundo no ano passado, de acordo com os cálculos da Forbes, uma vez que os seus ganhos estimados em 130 milhões de dólares dentro e fora do campo superaram todos os atletas, excepto o rival de longa data de Messi, Cristiano Ronaldo, que assinou um contrato com o clube saudita al-Nassr em janeiro, alegadamente no valor de mais de 200 milhões de dólares anuais.
Segundo algumas notícias, Messi pensou em juntar-se a Ronaldo na Arábia Saudita, graças a uma oferta de 300 milhões de dólares por ano da equipa saudita al-Hilal, e também terá considerado um reencontro com o Barcelona da La Liga, onde jogou 17 épocas.
Contudo, a escolha de Messi recaiu nos EUA.