A consultora de serviços imobiliários Cushman & Wakefield olha para o ano que está a começar com maior otimismo para o mercado.
Segundo Eric van Leuven, diretor-geral da consultora em Portugal, “para este ano, as perspetivas são mais otimistas, suportadas numa expectativa de maior controlo da pandemia e consequente consolidação da retoma da economia mundial”.
Desta forma, “embora os primeiros meses do ano possam ser uma vez mais caracterizados por uma cautela acrescida no mercado ocupacional, antecipa-se que os indicadores de final de ano ultrapassem de forma transversal os registados no ano anterior”, refere van Leuven.
Relativamente à atividade de investimento institucional, a Cushman & Wakefield afirma que “o reconhecimento da boa resposta que o país tem tido face à pandemia e a pressão dos elevados níveis de liquidez deverão continuar a contribuir para uma manutenção do interesse no mercado nacional”.
Mais de €2.100 milhões de negócios
Neste contexto, “as perspetivas para 2022 apontam para uma retoma dos volumes de investimento para níveis pré-pandemia, sendo já hoje identificáveis mais de €2.100 milhões de negócios em diversas fases de negociação”.
Face ao contínuo interesse dos investidores internacionais em categorias que registam escassez de oferta em Portugal, nomeadamente os segmentos de logística e residencial para arrendamento (ou PRS – private rented sector), “deveremos continuar a registar uma maior pressão para a colocação de produto transacionável no mercado, inclusive através da promoção deste tipo de ativos”, aponta Eric van Leuven.
Para a Cushman & Wakefield, 2022 será marcado por vários temas com impacto no ramo imobiliário: “A dicotomia trabalhar a partir do escritório versus de casa (ou de “outro sítio qualquer”), e as respetivas implicações para a função e a configuração do escritório e da casa; a forma como o consumidor final adquire e acede aos produtos – em loja ou entregue; e a crescente importância de critérios ESG em todo o ciclo imobiliário – desde construção até à ocupação e investimento”.
2021, ano de recuperação
Segundo Eric van Leuven, diretor-geral da consultora em Portugal, “2021 foi um ano de recuperação para o imobiliário nacional. Face à fraca atividade no primeiro semestre, o mercado de investimento imobiliário comercial deverá ficar na ordem dos €2.000 milhões, uma quebra de 30% face a 2020 (um ano excelente por influência de algumas transações de dimensão relevante)”.
A atividade de investimento em imobiliário comercial de rendimento em 2021 foi caracterizada por um forte abrandamento no primeiro semestre, com um volume na ordem dos €570 milhões, seguido de uma aceleração da retoma ao longo da segunda metade do ano.
Estes especialistas em imobiliário contabilizam provisoriamente um total investido de €1.830 milhões, o que deverá representar uma quebra de 35% face a 2020, ano em que se atingiu o terceiro máximo histórico por influência de três grandes transações.
No entanto, o elevado número de operações que terão sido concluídas nos últimos dias do ano 2021 (e cuja confirmação está ainda pendente) levam a empresa a estimar um volume na ordem dos €2.000 milhões, refletindo uma quebra homóloga de 30%.
Capital estrangeiro dominou atividade
À semelhança dos anos anteriores, o capital estrangeiro dominou a atividade do mercado, agregando 70% do volume investido em imobiliário em 2021. A sua grande maioria teve origem na Europa, com destaque para os investidores franceses (€505 milhões) e espanhóis (€246 milhões). Por seu lado, o capital nacional cresceu em representatividade, atingindo um volume na ordem dos €550 milhões.
Por setor, a aposta dos investidores foi para escritórios, os quais agregaram perto de 40% do volume transacionado. Para isso contribuiu a aquisição pela Sixth Street de 15 edifícios (de um total de 22) no parque de escritórios Quinta da Fonte à Signal Capital por um valor entre os €125 e €130 milhões.