O património líquido de Mark Zuckerberg foi reduzido em quase US$ 5 mil milhões (€ 4,33 mil milhões) com a queda das ações da Meta esta quinta-feira, fazendo com que este magnata das tecnologias tenha caído no ranking dos mais ricos do mundo da Forbes, isto depois da Reuters ter noticiado que a Meta estimava que uma parte significativa da receita viria da transmissão de anúncios fraudulentos.
As ações da Meta caíram 2,3%, para cerca de US$ 620,75 (€ 538,47) na manhã desta quinta-feira, somando-se a uma queda de aproximadamente 17,5% nas ações na última semana, que inclui uma queda de mais de 11% num único dia após a Meta divulgar os resultados do terceiro trimestre.
Resultado: Zuckerberg, que detém cerca de 13% do capital da Meta, viu o seu património líquido reduzido em 2,1%, com um corte de US$ 4,6 mil milhões (€ 3,99 mil milhões), fruto da queda das ações da Meta.
Zuckerberg, que no início da semana passada era a terceira pessoa mais rica do mundo, atrás de Larry Ellison (US$ 298,8 mil milhões/€ 258,94 mil milhões), da Oracle, e Elon Musk (US$ 496,5 mil milhões/€ 430,19 mil milhões), da Tesla, agora está atrás do nº 3 Jeff Bezos (US$ 257 mil milhões/€ 222,78 mil milhões), do nº 4 Larry Page (US$ 235 mil milhões/€ 203,70 mil milhões) e do nº 5 Sergey Brin (US$ 217,9 mil milhões/€ 188,83 mil milhões).
O motivo da queda das ações da Meta
A Reuters noticiou, citando documentos internos da empresa, que a Meta projetava que 10% da receita total — estimada em US$ 16 mil milhões (€ 13,87 mil milhões) — viria da veiculação de anúncios de golpes e produtos proibidos. O porta-voz da Meta, Andy Stone, disse à Reuters que os documentos citados pela agência “apresentam uma visão seletiva que distorce a abordagem da Meta em relação a fraudes e golpes”, observando que as estimativas internas da empresa eram menores e que a estimativa de 10% incluía “muitos” anúncios legítimos. Stone recusou-se a fornecer um número atualizado à Reuters (a Meta não respondeu também imediatamente a um pedido de comentário à Forbes). Outros documentos indicavam que a Meta estava a ser investigada pela Comissão de Valores Mobiliários norte-americana por transmitir anúncios de golpes financeiros, informou a Reuters. Reguladores no Reino Unido relataram em 2023 que os produtos da Meta estavam envolvidos em 54% de todas as perdas relacionadas com golpes de pagamento naquele ano, mais do que o dobro de todas as outras plataformas sociais combinadas.
Lucros abaixo de projeções
As ações da Meta vinham a recuperar após terem atingido o seu nível mais baixo este ano em abril, ainda que os últimos dias tivessem trazido novas quedas. A recente redução no preço das ações ocorreu após a divulgação dos resultados do terceiro trimestre da empresa, que apresentou um lucro por ação de US$ 1,05 (€ 0,91), ficando 84% abaixo das projeções dos economistas, de acordo com a FactSet. Essa queda foi atribuída a um encargo fiscal único de US$ 15,9 mil milhões (€ 13,78 mil milhões) devido à lei “One Big Beautiful Bill Act” do presidente Donald Trump, referiu a Meta, acrescentando que o lucro por ação teria sido de US$ 7,25 (€ 6,29) sem esse encargo fiscal.
A Meta também aumentou a sua previsão para despesas de capital de entre US$ 66 mil milhões a US$ 72 mil milhões (€ 57,21 mil milhões a € 62,41 mil milhões) para US$ 70 mil milhões a US$ 72 mil milhões (€ 60,68 mil milhões a € 62,41 mil milhões). Zuckerberg explicou que esses investimentos elevados foram necessários, pois a Meta estava a prepararse “agressivamente” para a chegada da superinteligência.
com Ty Roush/Forbes Internacional





