Que trabalhos mais marcaram a sua carreira na moda?
Tive trabalhos que foram importantes, que marcaram de diferentes formas cada fase da minha carreira. Começando pelo concurso Miss Portugal, em 1992, que de certa forma me abriu as portas da moda. Aminha ida para Paris com 17 anos , onde vivi quatro meses e de seguida Japão onde vivi dois meses. Foi uma altura muito importante, onde aprendi imenso com ótimos profissionais. A campanha para a Maxim, com o tão falado anúncio onde saltava à corda. Foi também muito importante ser selecionada como a primeira portuguesa a fotografar para uma marca internacional em Portugal, a Triumph. A minha entrada para a televisão, na SIC, para fazer os diários do Masterplan, o primeiro reality show em Portugal. Anos mais tarde, o realizador António da Cunha Telles convida-me para ser protagonista no filme Kiss Me, uma experiência que me levou mais tarde a trabalhar como atriz em várias novelas da TVI.
Como define uma supermodelo?
É alguém que é reconhecida mundialmente, que é procurada pelas melhores marcas, que tem carisma.
Acha que este universo da influência, agora tão ligado às redes sociais, na verdade nasceu com a chegada das supermodelos?
Sim, talvez. As supermodelos romperam várias barreiras no mundo da moda, tornaram-se super estrelas globais conhecidas só pelo primeiro nome.
O quão difícil era o processo para um manequim chegar a um mercado internacional?
Uma manequim que quisesse chegar ao mercado internacional teria definitivamente de se mudar e viver uma temporada nas capitais da moda. Era preciso estar lá, ir aos castings diariamente, estar no lugar certo à hora certa.
Como foi a transição da moda para a carreira atual em televisão?
Aconteceu de forma inesperada, convidaram-me a fazer um casting para apresentar o diário de um reality show apresentado pelo Herman José, na SIC. Nunca me tinha passado pela ideia trabalhar em televisão.
Com qual das áreas se identifica mais?
Hoje em dia identifico-me mais com a representação, mas nunca fiquei só a fazer uma coisa. Gosto de desafios, é isso que me motiva, não gosto de me limitar.
Alguma vez sentiu um tratamento diferente na televisão por ter vindo de uma outra área?
Sim, já senti algumas vezes. A que tenho mais presente na memória foi quando fui convidada para ser a protagonista do filme Kiss Me. A verdade é que com alguma razão, era um pouco arriscado convidar uma manequim para protagonista sem ter qualquer formação na área, mas também é verdade que com um trabalho intenso prévio, muito bem acompanhada pela produção, a meu ver até correu bem. Tenho muito orgulho na minha Laura, a personagem a que dei vida neste filme e que me levou a Berlim para receber um Shooting Star, em 2005.
Que projetos destaca do seu percurso depois da moda?
Todas as novelas em que participei. A representação é um mundo sem fim, onde podemos ser quem quisermos, sair por momentos de nós, ter a oportunidade de criar algo em conjunto com a equipa. Este trabalho é um grande privilégio e uma forma indireta de me conhecer melhor.
Quais são os principias objetivos que tem traçados para a sua carreira?
Tenho dois projetos que ainda estão numa fase muito inicial, duas áreas completamente diferentes. Penso para o próximo ano já ter novidades.
Quais são as tendências dos anos 90 que gostaria de ver regressar?
Uma das tendências da moda dos anos 90 que adoro são os veludos, acho dá um toque sofisticado e elegante.
Que dicas dá aos mais jovens que sonham com uma carreira na moda, televisão, todo o universo artístico?
A melhor dica que posso dar é que sejam resilientes. Este mundo não é para todos, apesar de parecer uma profissão acessível a qualquer carinha bonita, não é de todo. É importante estarem acompanhados por profissionais experientes com uma agência ou agente reconhecidos.