Marina Magro: a CEO que está a posicionar Portugal como líder em inovação tecnológica

O que definiu a sua trajetória até chegar à liderança da Sky Portugal? A minha carreira foi sempre pautada por decisões pouco óbvias, que exigem reinvenção. Comecei em inovação no retalho, passei por consultoria estratégica e lideranças em setores regulados, sempre atraída por projetos de transformação profunda. Tive a oportunidade de liderar equipas em contextos…
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Marina Magro lidera a Sky Portugal, uma empresa que impacta milhões de utilizadores em mais de 70 países e está longe de ser apenas a CEO. Na verdade, Marina é uma força transformadora na forma de liderar, inovar e inspirar. Nesta entrevista saiba o que a move, como constrói uma cultura de excelência e porque acredita que o futuro da tecnologia fala português
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O que definiu a sua trajetória até chegar à liderança da Sky Portugal?

A minha carreira foi sempre pautada por decisões pouco óbvias, que exigem reinvenção. Comecei em inovação no retalho, passei por consultoria estratégica e lideranças em setores regulados, sempre atraída por projetos de transformação profunda. Tive a oportunidade de liderar equipas em contextos multiculturais e altamente técnicos, o que moldou uma abordagem à liderança tanto estratégica, quanto humana. O turning point foi perceber que o verdadeiro impacto não está apenas na visão, mas na forma como ela é executada. Liderar a Sky Portugal é o reflexo dessa crença: equipas de alta performance, com autonomia e direção claras, têm o poder de transformar indústrias inteiras.

Qual é o papel da Sky Portugal dentro do Grupo Sky e da NBC universal?

Portugal não é apenas um mercado-chave para o SkyShowtime, mas também um epicentro de excelência tecnológica no ecossistema internacional da Comcast. Com mais de 500 experts em streaming, desenvolvemos e suportamos plataformas que oferecem experiências digitais a milhões de utilizadores em mais de 70 países – Peacock nos EUA, SkyShowtime na Europa e Showmax em África. A Sky Portugal tornou-se sinónimo de excelência em inovação, e tenho orgulho em ver o talento português a conquistar um lugar de destaque no palco mundial.

Qual foi o maior desafio desde que assumiu a liderança da Sky Portugal?

Liderar numa indústria em constante disrupção exige decisões rápidas, visão de longo prazo, inovação e foco nas pessoas. Assumi o cargo num momento de transformação, com a guerra do streaming a intensificar-se, os hábitos de consumo a evoluir vertiginosamente, o linear a ceder espaço ao on-demand, e a experiência do utilizador a ditar o rumo. Lançámos o Showmax em 40 países africanos e liderámos a cobertura digital dos Jogos Olímpicos de Paris 2024. Mas o maior desafio tem sido equilibrar performance e bem-estar da equipa. Esse é o verdadeiro teste de liderança.

O que a move hoje como líder?

Transformar realidades, sejam elas negócios, produtos ou pessoas. Nada me entusiasma mais do que ver uma ideia improvável ganhar forma ou um talento silencioso tornar-se referência. Liderar, para mim, é criar um ecossistema onde a inovação floresce, onde há espaço para errar e aprender, e onde ninguém é apenas “mais um”. Isto é, construir uma cultura onde a excelência não é uma meta, é o ponto de partida.

O que procura nos profissionais que entram para a sua equipa?

Garra, adaptabilidade e sentido de missão. O talento técnico é fundamental, mas o que realmente distingue é a atitude: curiosidade, resiliência, pensamento crítico e inteligência emocional. Procuro rodear-me de pessoas que me desafiem sempre, e que tenham coragem e a entrega para arregaçar as mangas e fazer acontecer. Valorizo a ambição, mas também a humildade necessária para aprender e ajudar os outros a crescer.

O modelo híbrido veio para ficar?

Veio, mas exige mais do que simplesmente dividir dias entre casa e escritório. O modelo híbrido tem de ser desenhado com intenção: o remoto garante foco e autonomia; o presencial reforça cultura e alinhamento. Na Sky Portugal, investimos tempo e energia a desenhar momentos presenciais que fazem a diferença, desde rituais de equipa a eventos estratégicos, porque pertença não se constrói por acaso.

Que cultura quer deixar como legado?

Uma cultura que combine exigência com humanidade. Onde se trabalha com intensidade, mas também com propósito. Onde errar não significa falhar, e a diversidade de pensamento é celebrada. Quero construir ambientes onde se desafia o status quo e onde a inovação não é um projeto, é um mindset. Quero que as pessoas se sintam inspiradas e valorizadas. O legado que quero sempre deixar vai para além dos resultados, vive na experiência com que as pessoas ficam.

Como se cria sentimento de pertença numa organização global?

O sentimento de pertença nasce quando cada pessoa entende o impacto do seu trabalho e sente que contribui para algo maior. Isso exige uma liderança transparente, que partilha a visão com clareza, e uma cultura que equilibra ambição com autenticidade. Trabalhamos com foco em resultados, inovação e excelência, mas também valorizamos os momentos de celebração, partilha e convívio.

Qual é a sua ambição para os próximos anos?

Quero posicionar Portugal como protagonista na nova era do entretenimento digital, um país capaz de exportar inovação, talento e modelos de negócio. A minha ambição é elevar a Sky Portugal a uma posição ainda mais estratégica dentro do grupo Comcast, onde aceleramos a disrupção e continuamos a criar o futuro da televisão. Mais do que transformar a Sky, quero ajudar a moldar mentalidades; formar líderes com ambição global, empatia e sentido de responsabilidade. Acredito que o impacto real está nessa combinação: excelência operacional com liderança humana, exigência com autenticidade, performance com propósito. É isso que me move e que quero provar: que em Portugal não só se faz bem.

Este conteúdo foi produzido em parceria com a Sky Portugal.

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