A líder da lista dos mais influentes do Instagram em Portugal protagoniza e assina a primeira capa digital de 2024. O alcance de Margarida Corceiro já é inquestionável, seja através do trabalho nas redes sociais ou dos projetos como atriz. Neste pitch, a influenciadora, atriz e apresentadora reflete sobre o seu percurso no digital.
Estávamos em abril de 2023 e recebo uma chamada a dizer: “Magui, foste considerada a pessoa mais influente do Instagram em Portugal pela Forbes!”. Lembro-me que a primeira reação que tive foi: “Uau, que bom! Mas… eu?”. Não que não acredite no meu alcance ou que não saiba que tenho um público incrível que me acompanha diariamente, mas naquele momento consegui lembrar-me de tantas mais pessoas que, como eu, fazem do Instagram uma plataforma de trabalho e que podiam também elas titular esta lista. A verdade é que só uns dias mais tarde processei a notícia e fiquei mesmo muito feliz. Adoro aquilo que faço e adoro ter este meu mundo na ponta dos dedos, mas é um trabalho que exige muito de mim e é onde eu procuro entregar conteúdo com verdade, com qualidade e de acordo com aquilo que as pessoas me vão transmitindo que querem e gostam de ver. Ter tido este reconhecimento da Forbes deixou-me com ainda mais certeza de que vale a pena o esforço e que devemos entregar sempre o melhor que pudermos a quem nos acompanha.
Este meu caminho até aqui tem sido muito rápido e tem-me dado oportunidades inacreditáveis. Graças ao meu trabalho e exposição, já viajei por dezenas de países, já conheci pessoas incríveis, estive por dentro de novos lançamentos de marcas, já tenho a minha própria marca (a Missus), já esgotei produtos em minutos, já foram websites abaixo pelo tráfego repentino que gerei com uma publicação, e tantas mais coisas. Tem sido um caminho muito feliz para mim.
E a parte má? Que é o que me perguntam sempre e o que querem sempre saber. Eu acho mesmo, sem falsas modéstias, que não sou a pessoa mais indicada para falar do lado negativo das coisas porque, à medida que fui crescendo enquanto pessoa e profissional, fui criando alguns mecanismos de defesa que me permitem distanciar deste lado das críticas, do escrutínio, dos rumores, das notícias completamente falsas que saem todos os dias sobre mim. Fui aprendendo a ver esse lado como a ponta de um novelo que eu não posso controlar e que, se alguém puxar para tecer uma “camisola”, não é um problema meu. Ter uma família sempre pronta para me receber e apoiar também tem sido fundamental em todas as fases do meu caminho, e a equipa da Central Models que me ajuda a lidar com todas estas situações também. É claro que há dias mais complicados do que outros, porque há dias em que me apetece ir ler o que saiu ou ver o que disseram sobre mim na televisão, mas, além de serem raros – até porque não tenho mesmo tempo –, já não me afetam como me afetavam quando tinha 17 anos, por exemplo. Com esta idade, consigo recordar um acontecimento que me marcou bastante, que foi o de um paparazzo que me fotografou à porta da minha casa. Era uma miúda, estava na escola e essa fotografia podia ter dado aso a muitos disparates. Se para uma pessoa sem reconhecimento público já é perigoso revelar onde vive, imaginem para uma pessoa com uma profissão “pública”. Tive a minha casa nas revistas. Fiquei muito chateada na altura, mais até porque a casa não era só minha e senti que era mesmo uma linha que os meios não podiam ter passado, mas hoje já lidaria com a situação de forma diferente e, por mero acaso, já nem vivo nessa casa.
A gestão de expetativas do público e dos clientes/marcas também é um processo que nos dá algum trabalho e nem sempre é a coisa mais fácil de gerir, mas à medida que o tempo vai passando vou percebendo que quem me procura para trabalhar (e aos influenciadores no geral), e acredita efetivamente naquilo que eu tenho para dizer ou sugerir, consegue que formemos equipa e que o resultado seja, inevitavelmente, bom. Os que chegam com a expetativa de que eu sou como um outdoor e querem que partilhe cartazes da marca, grafismos que são publicidade escarrapachada e nada em linha com o que eu costumo partilhar, eu costumo dizer que ficaram parados no tempo e sei de antemão que não vai resultar. Aprendi muito a ouvir a minha audiência e a saber o que tem melhores ou piores resultados em publicidade, no fundo, calço os sapatos do seguidor e penso “eu, se seguisse esta pessoa, gostava de ver isto?”. Se a resposta for não, é certo que não vou partilhar. Nas minhas partilhas orgânicas já não existe essa preocupação e partilho tudo aquilo que me apetece, o denominador comum é sempre a minha linha de comunicação e o tipo e estilo de conteúdos que costumo avançar. Mas desenganem-se se acham que às vezes não temos surpresas, dou-vos um exemplo recente, partilhei um reel que foi gravado na antestreia dos Morangos com Açúcar, mas que agora me apeteceu publicar. Neste momento está com 31 milhões e 800 mil visualizações, e continua a crescer. Eu gostei do reel, partilhei, mas não fazia a mínima ideia que ia atingir estes resultados. Atingir mais visualizações do que o número total de habitantes do teu próprio país (o triplo) é um bom motivo para ficar orgulhosa, não é?
Que esta dimensão sirva sempre para podermos usar esta plataforma como queremos, para sermos livres e se no caminho formos ajudando pessoas e marcas, ainda melhor!
(os números apresentados neste trabalho foram retirados na primeira semana de janeiro de 2024)