Mais de metade (56%) dos portugueses acreditam que a Inteligência Artificial Generativa vai reduzir o número de empregos disponíveis no futuro. A conclusão é do estudo da Deloitte, ‘Digital Consumer Trends 2023’, que avalia os hábitos de utilização de produtos e serviços digitais pelos consumidores. De acordo com o mesmo estudo, 47% dos portugueses inquiridos admitem “estar preocupados com o facto de, no futuro, algumas das suas funções no local de trabalho virem a ser absorvidas pela Inteligência Artificial Generativa”.
Apesar das preocupações, o ‘Digital Consumer Trends 2023’ revela que a Inteligência Artificial Generativa (GenAI) está presente no dia a dia dos consumidores portugueses. Isto porque, três em cada quatro, 60%, afirma que conhece pelo menos uma ferramenta, sendo a mais comum o ChatGPT (54%). Quanto à regularidade com que a utilizam, apenas 28%, diz que o faz pelo menos uma vez por semana.
No mesmo estudo pode ler-se que, entre os profissionais que afirmam já ter utilizado esta tecnologia em crescimento, 28% acreditam que o seu empregador concordaria com a utilização destas ferramentas. Dois em cada cinco (40%) utilizadores dizem que estariam dispostos a pagar por uma ferramenta de Inteligência Artificial Generativa para poderem fornecer respostas mais rápidas e estar mais disponíveis para tarefas que exijam mão humana.
A maioria dos inquiridos (68%) que conhecem a GenAI já utilizou pelo menos uma destas ferramentas, 74% por motivos pessoais. Cerca de 40% afirmaram ter usado estas ferramentas por motivos profissionais e 31% no âmbito da educação.
Citado no comunicado, o Partner da Deloitte, Pedro Tavares, sublinha que “apesar de os dados nos indicarem que uma parte dos consumidores perdeu o interesse após a sua ‘explosão’ inicial, o potencial transformador desta inovação [Inteligência Artificial Generativa] continua a ser motivo de entusiasmo, mas também de alguma preocupação”.
Ainda com base nos hábitos dos inquiridos, o estudo conclui que 57% dos portugueses têm acesso a um serviço de streaming de vídeo pago e 32% têm acesso a um serviço de streaming de música pago. O serviço de streaming de vídeo que conquista mais popularidade é a Netflix, com 41% dos inquiridos a utilizarem esta plataforma. Mas esta popularidade em Portugal desceu 12 pontos percentuais em relação à última edição do estudo, o que pode ser justificado com a tentativa da Netflix de eliminar a partilha de palavras-passe. Face a este cenário, quase um em cada quatro inquiridos (23%) cancelou uma subscrição paga de um serviço de subscrição de vídeo nos últimos 12 meses, destacando-se o facto de a assinatura ser demasiado cara como a principal razão para o cancelamento (23%).
O estudo contou com entrevistas a 27,150 consumidores de 17 países em três continentes, onde se inclui a participação de mil consumidores portugueses.