Os dados são da Capgemini, que analisou, através do seu Research Institute, o comportamento dos adeptos dos eventos desportivos e publicou os resultados no estudo “A whole new ball game: Why sports tech is a game changer”. Segundo este relatório, e apesar dos avanços tecnológicos que ocorreram nos últimos três anos, que melhoraram a experiência oferecida aos adeptos desportivos que assistem a partir das suas casas, este impacto foi diminuto nos recintos desportivos. Ou seja, quase 70% dos adeptos preferem assistir aos jogos fora dos recintos, sobretudo as gerações mais jovens. Esta percentagem contrasta com a recolhida no último estudo da Capgemini, relativo a este tema, e compilado em 2019, quando cerca de 47% dos adeptos frequentavam os recintos desportivos, contra os atuais 34%.
O estudo explica que, embora a tecnologia melhore continuamente a experiência dos espetadores, tornando-a mais imersiva, são 77% os inquiridos da Geração Z (nascidos na segunda metade da década de 90), e 75% dos Millennial (ou Geração Y, nascidos na década de 80) que revelaram preferir assistir a eventos desportivos fora dos recintos. Por comparação, no caso dos Baby Boomers (nascidos entre 1945 e 1965), são apenas 53% os que preferem assistir de forma indireta, e quando olhamos para a faixa etária acima dos 70 anos, apenas 32% dos inquiridos preferem ver os eventos a partir de casa. O estudo revela a existência de um fosso significativo entre gerações: 49% dos adeptos com mais de 70 anos ainda frequentam regularmente os recintos desportivos, contra os 17% da Geração Z.
Em termos globais, apenas 37% dos adeptos em todo o mundo visitaram um recinto desportivo nos últimos 12 meses, sendo que eram 80% em 2019.
No Reino Unido e na Austrália, esta mudança de hábitos sentiu-se com mais ênfase, e na França e na Alemanha foi onde se sentiu a menor quebra face ao estudo de 2019. Em termos globais, apenas 37% dos adeptos em todo o mundo visitaram um recinto desportivos nos últimos 12 meses – sendo que eram 80% em 2019. Os adeptos portadores de deficiência estão menos satisfeitos com as acessibilidades aos recintos, mas acreditam que as tecnologias adequadas poderão ajudar a aceder de melhor forma aos recintos, num futuro próximo.
Para Pascal Brier, diretor de inovação da Capgemini, “Nos últimos anos, os padrões de consumo dos eventos desportivos sofreram uma profunda transformação. A tecnologia oferece um maior nível de imersão e interatividade com os jogos, mesmo quando se está a assistir a milhares de quilómetros de distância”. Refere ainda que isto permite que as organizações desportivas cheguem à próxima geração de adeptos em todo o mundo através destas novas ferramentas. “No entanto, o nosso estudo também destaca que os avanços tecnológicos relacionados com a experiência oferecida nos estádios não acompanha este ritmo de evolução. O próximo passo na transformação digital do desporto será revolucionar igualmente a forma como assistimos aos eventos desportivos de modo presencial”.
O Capgemini Research Institute realizou este estudo quantitativo inquirindo 12 mil adeptos de desportos, com mais de 18 anos, entre março e abril de 2023 nos seguintes países: Austrália, Canadá, Alemanha, França, Itália, Japão, Holanda, Espanha, Suécia, Reino Unido e Estados Unidos.
Dispositivos inteligentes, streaming e redes sociais assumem maior protagonismo
Outra conclusão significativa desta análise é que os canais e dispositivos usados pelos adeptos para assistirem aos seus eventos desportivos de eleição evoluíram significativamente nos últimos anos. Telemóvel, tablet, e outros dispositivos móveis, tornaram-se indispensáveis, embora a televisão ainda seja o modo preferido dos que assistem de forma remota. Em 2019, apenas 40% dos adeptos utilizam o telemóvel para assistir aos eventos desportivos, sendo agora essa percentagem subiu para 70% – com a contribuição de 78% da geração Z e 74% da geração Y. Também as plataformas de streaming e as redes sociais tiveram um impulso considerável. Eram apenas 39% os adeptos que optavam pelo streaming em 2019, sendo que esse número quase duplicou equivalendo agora a 75%. No caso das redes sociais, o número saltou de 44% para os 64%, sendo que este crescimento foi impulsionado pelas gerações mais jovens.
Para Pascal Brier, diretor de inovação da Capgemini, “nos últimos anos, os padrões de consumo dos eventos desportivos sofreram uma profunda transformação. A tecnologia oferece um maior nível de imersão e interatividade com os jogos, mesmo quando se está a assistir a milhares de quilómetros de distância”. Refere ainda que isto permite que as organizações desportivas cheguem à próxima geração de adeptos em todo o mundo através destas novas ferramentas. “No entanto, o nosso estudo também destaca que os avanços tecnológicos relacionados com a experiência oferecida nos estádios não acompanha este ritmo de evolução. O próximo passo na transformação digital do desporto será revolucionar igualmente a forma como assistimos aos eventos desportivos de modo presencial”.
Tecnologia é vantagem competitiva para jogadores e equipas
Não é segredo que a tecnologia existe para melhorar a vida das pessoas, e isso não é avesso ao mundo do desporto. Assim, atletas e equipas profissionais aproveitam em seu favor as tecnologias disponíveis para melhorar o seu treino e o seu desempenho. Relógios e óculos inteligentes, entre outros, avaliação do desempenho e funções vitais, análise ao vivo do posicionamento e estratégia durante os jogos, são fatores de sucesso determinantes.
Dois terços dos inquiridos querem ver mais competições femininas e gostariam que tivessem os mesmos recursos e as mesmas oportunidades.
Além disso outra tendência é a maior procura pelo desporto feminino e tudo o que esteja relacionado com o impacto ambiental. Dois terços dos inquiridos querem ver mais competições femininas e gostariam que tivessem os mesmos recursos e as mesmas oportunidades. Para desportos como a natação, o basquete, o ténis, e as modalidades adaptadas, os números da audiência são idênticos. O estudo da Capgemini revela ainda um aumento significativo de espectadores modalidades desportivas, quer na versão masculina quer na feminina, como o basquete, um aumento de 34%, de beisebol, com mais 20% e futebol americano, com 28% mais de espectadores, face ao estudo de 2019. No ténis feminino foram mais 10% na audiência de jogos disputados por mulheres.
Cerca de 67% dos adeptos estão desapontados com o facto das equipas e dos jogadores não darem a devida importância à proteção ambiental, e mais de três quartos afirmam ter boas experiências fora dos recintos desportivos através da tecnologia, o que os encoraja a consumirem deporto desta forma e assim reduzir a pegada de carbono.