Entre o início do ano e 31 de julho foram criadas em Portugal 28.989 novas empresas, o que representa um crescimento de 17% face ao mesmo período de 2021, revela a análise da Informa D&B.
No entanto, no mês de julho a criação de empresas caiu quase 7% em relação a julho de 2021, com menos 236 constituições, quebrando um ciclo de crescimento que vinha desde outubro passado e que só tinha sido interrompido em abril. Esta descida no mês de julho está concentrada nas regiões do norte e centro, influenciando significativamente o decréscimo total, aponta a consultora.
Esta diminuição em julho levou a que o aumento do número de novas empresas no acumulado de 2022 passasse de 19% (de janeiro a junho) para 17%.
No acumulado desde janeiro até julho de 2022, a maioria dos setores regista um aumento na constituição de empresas face a 2021, com maior destaque para os Transportes (+1228; +124%), Serviços Gerais (+936 constituições, +30%), Serviços Empresariais (+582 constituições, +13%); e Alojamento e Restauração (+551 constituições, +25%).
Retalho em queda há cinco meses
Do lado das descidas, Retalho (-13%) e Agricultura e outros recursos naturais (-1,6%) são os únicos setores com menos nascimentos de empresas nos primeiros sete meses do ano.
A Informa D&B realça que a descida no Retalho ocorre há já cinco meses e é transversal a quase todos os seus subsetores, sobretudo o Retalho de Têxtil e Moda, Generalista e Outros. Apenas o Retalho Automóvel e o Retalho Casa e Materiais de Construção sobem neste período de 2022 face ao período homólogo.
Face ao mesmo período de 2019 (antes da pandemia) a criação de novas empresas mantém-se abaixo em quase todos os setores de atividade, com a exceção das Tecnologias de Informação e Comunicação (+27%) e das Atividades Imobiliárias (+18%).

Encerramentos e insolvências mantêm descida, mas o setor do Retalho foge a esta regra.
No tocante ao desaparecimento de empresas, de janeiro a julho de 2022, encerraram 6815 empresas, menos 2,5% que no período homólogo, equivalente a uma descida de -178 encerramentos de empresas. A maioria dos setores de atividade registam valores de encerramento inferiores a 2021. Mas alguns setores apresentam subidas, como o Retalho (+89 encerramentos, +8,9%), Atividades Imobiliárias (+24 encerramentos, +5,2%) e Indústrias (+13 encerramentos, +2%).
No mesmo período, 962 empresas iniciaram um processo de insolvência, valor que representa uma descida de 21% face a 2021 (menos 257 novos processos), aumentando assim a descida ocorrida em 2021.
Indústrias, Alojamento e restauração e Retalho são os setores com maior número de insolvências, mas são também aqueles em que este indicador mostra uma maior queda face ao período homólogo.
O setor dos transportes tem também destaque por ser o único setor que regista um aumento no número de processos de insolência neste período (+16 processos; +31%).