A Lugrade – Bacalhau de Coimbra, S.A. prevê um volume de 40 milhões de euros em 2023, o melhor ano de sempre na faturação, apesar de ter trabalhado oito meses sem a unidade de Torre de Vilela, destruída por um incêndio.
A empresa de Coimbra, que tem uma outra fábrica em Taveiro, esta de produção de bacalhau seco, inaugurou também em 2023, em Casais do Campo, uma outra unidade, embora esta seja de menor dimensão.
Quando for reconstruída a unidade de Torre de Vilela e quando as três estiverem em produção total, a Lugrade prevê chegar aos 60 milhões de euros por ano, para um total de 200 trabalhadores.
Destes 60 milhões de euros por ano, 40 milhões serão para o mercado português.
Com foco na tradição, na qualidade e na confiança, a empresa de Coimbra apresentou no fim de semana em Husoy, na Noruega, um novo produto – o Magnus, um bacalhau de grandes dimensões e que, este ano, terá disponível 1.400 unidades para o mercado.
“É um bacalhau único, pela sua dimensão, com mais de 5,5 quilos depois de seco (25 quilos no momento da pesca). Tem lombos muito altos e é um peixe muito macio, com os lombos a lascar, precisamente ao gosto dos portugueses. Estará no mercado com um selo de autenticidade”, garantiu o administrador Joselito Lucas.
A Lugrade, este ano também, teve pela primeira vez como principal importador de bacalhau processado precisamente a Noruega, com 37% das suas compras. Destas 2.000 toneladas de bacalhau importado daquele país nórdico, 60% tem a sua origem em Husoy, uma pequena ilha a norte.
O principal parceiro da Lugrade na Noruega é a Br. Karlsen, empresa de Husoy na qual trabalham quase 20 portugueses.
Empresa prevê aumentar em 40 o número de funcionários
A empresa de Coimbra, fundada em 1987 e que importa ainda bacalhau do Atlântico Norte (35%), Islândia (24%), Gronelândia (03%) e Ilhas Faroé (01%), tem a previsão de aumentar em 40 o seu número de trabalhadores com a abertura da unidade reconstruída em Torre de Vilela, alcançando assim a marca de 200 funcionários.
Em 2023, Portugal importou até finais de outubro quase 37 mil toneladas de bacalhau da Noruega (em média a 8,5 euros o quilo), uma descida de 09% em relação a 2022.
Rita Karlsen, da Br. Karlsen, que agora gere a empresa constituída em 1932 – é a 3.ª geração nesta companhia familiar que está no “top 10” do norte da Noruega -, admitiu, em declarações aos jornalistas portugueses que acompanharam a Lugrade naquela apresentação, que este ano produziu 1.800 toneladas de bacalhau (em salgado verde).
“Temos uma grande relação com Portugal e agora com a Lugrade. É uma empresa familiar, como nós somos, com um foco grande na qualidade e no compromisso ético. Estamos felizes com esta parceria. Adoramos trabalhar com a Lugrade. Além disso, temos aqui um ‘pequeno Portugal’ dentro da empresa”, explicou, em alusão aos trabalhadores portugueses que ali exercem funções.
A Br. Karlsen, além do bacalhau, é também produtora de salmão e utiliza uma frota de 20 barcos.
Sobre o Magnus, Rita Karlsen admitiu que é um peixe difícil de encontrar, que pode chegar aos 20 anos de vida, mas garantiu que a empresa que lidera tudo fará para continuar a abastecer a Lugrade e o consumidor português com o “melhor pescado do mundo”.
Sérgio S. Soares, Agência Lusa