O BPI teve lucros de 389 milhões de euros até setembro, uma quebra de 12% quando comparado com o mesmo período do ano passado, anunciou hoje o banco em conferência de imprensa. Só em Portugal, a atividade caiu 5% em termos homólogos, para 362 milhões de euros. Nos primeiros nove meses, a margem financeira, que diz respeito à diferença entre os juros pagos nos depósitos e os juros cobrados no crédito, recuou 11%, para 657 milhões de euros.
Em conferência de imprensa em Lisboa, o presidente do BPI, João Pedro Oliveira e Costa, destacou o impacto da descida das taxas de juro na margem financeira, tendo assinalado que foi superior ao aumento do volume de crédito contratado. Na apresentação, o banco assinalou que a descida da margem financeira decorreu ainda de operações de ‘repricing’ dos créditos com indexantes inferiores ao mesmo período do ano passado.
“Mantivemos os custos a níveis muito controlados, muito perto da inflação, e temos um custo de risco em níveis historicamente baixos”, disse João Pedro Oliveira e Costa.
Nesse sentido, a taxa média dos créditos era, no terceiro trimestre, de 3,4% e a dos depósitos de 0,7%, contra 4,5% e 1,1%, respetivamente, no mesmo período do ano passado. O produto bancário no total recuou 9%, para 914 milhões de euros, tendo as comissões líquidas recuado 7%, afetada pelo efeito de base, uma vez que, no ano passado, contou com um efeito único de 16 milhões de euros.
Já a carteira de crédito, em termos brutos, aumentou 8% em termos homólogos, impulsionado pela subida de 12% no crédito à habitação, que atingiu os 16.693 milhões de euros. No final de agosto, a quota de mercado no crédito à habitação representava 13,1%, tendo tido uma quota de 15,4% na contratação entre janeiro e agosto.
Por sua vez, os depósitos dos clientes subiram 9% no espaço de um ano para 32.056 milhões de euros. Os custos de estrutura aumentaram 2%, para 383 milhões de euros. “Mantivemos os custos a níveis muito controlados, muito perto da inflação, e temos um custo de risco em níveis historicamente baixos”, disse João Pedro Oliveira e Costa. Segundo o presidente do BPI, esta gestão dos custos permitiu que a quebra do lucro fosse inferior à da margem financeira.
(Lusa)





