A multinacional Inditex, detentora de marcas como a Zara e a Massimo Dutti, conseguiu no primeiro trimestre fiscal um lucro líquido recorde de 1.305 milhões de euros, mais 0,8% face ao período homólogo, anunciou a empresa.
Num comunicado enviado à agência reguladora do mercado bolsista espanhol (CNMV), a empresa diz que as vendas no primeiro trimestre fiscal (de fevereiro a abril) cresceram 1,5%, para 8.274 milhões de euros, e o lucro bruto (EBITDA) cresceu 1%, para 2.393 milhões de euros.
A margem bruta (diferença entre receitas e despesas) cresceu 1,5%, para 5.011 milhões de euros, atingindo os 60,6%, menos quatro pontos base do que no primeiro trimestre de 2024.
Entre fevereiro e abril, a Inditex abriu lojas em 26 mercados, com 5.562 lojas em funcionamento no final do primeiro trimestre.
A multinacional celebra 50 anos desde que a Zara, a sua marca principal, abriu a primeira loja, na Rua Juan Flórez, em A Coruña. Este estabelecimento continua aberto e foi recentemente renovado.
A administração da empresa continua a ver oportunidades de crescimento em 2025. Só entre maio e 09 de junho, as vendas, em loja e ‘online’, a taxas de câmbio constantes, cresceram 6% face ao período homólogo, de acordo com as demonstrações financeiras apresentadas.
Mais dividendos aos acionistas. Só Amancio Ortega recebe 1.552 milhões em dividendos da Inditex
A empresa continua de vento em popa. O fundador e maior acionista da Inditex, Amancio Ortega, recebeu no passado dia 2 de maio, um total de 1.552 milhões de euros pela primeira remuneração do ano que a Inditex pagou aos seus acionistas, o que representa metade do que receberá em dividendos da empresa galega este ano.
Mais concretamente, o empresário receberá este ano 3.104 milhões de euros de dividendos da empresa, contra os 2.845 milhões de euros que recebeu no ano passado, altura em que aumentou a sua remuneração em 28%.
No total, a empresa pagará este ano mais de 5.235 milhões de euros aos seus acionistas, depois de ter aumentado o dividendo em 9%, para 1,68 euros por ação.
A política de dividendos da Inditex consiste num pagamento ordinário de 60% dos lucros e na distribuição adicional de dividendos extraordinários.
Depois de ter anunciado um lucro recorde de 5.866 milhões de euros em 2024, um aumento de 9%, o conselho de administração propôs à assembleia geral de acionistas um aumento do dividendo de 9% para o exercício de 2025, até 1,68 euros por ação, composto por um dividendo ordinário de 1,13 euros e um dividendo extraordinário de 0,55 euros por ação.
O dividendo é composto por dois pagamentos iguais: no dia 2 de maio de 2025, um pagamento de 0,84 euros por ação, correspondente ao dividendo ordinário, e a 3 de novembro de 2025, outro pagamento de 0,84 euros por ação (0,29 euros ordinário mais 0,55 euros extraordinário).
O mais rico de Espanha
O fundador da Inditex, Amancio Ortega, que controla 59,294% da empresa, o que equivale a 1,848 milhões de ações, investe parte dos dividendos que recebe da Inditex no setor imobiliário.
Ortega é proprietário da maior empresa imobiliária espanhola, centrada na compra e gestão de grandes edifícios, com uma carteira de ativos imobiliários constituída principalmente por edifícios de escritórios, não residenciais, localizados no centro de grandes cidades em Espanha, no Reino Unido, nos Estados Unidos e na Ásia.
Entretanto, a sua filha Sandra Ortega, que detém 5,053% da empresa galega (157,48 milhões de ações), vai receber mais de 264 milhões de euros em dividendos da Inditex este ano (metade já encaixados no passado 2 de maio), em comparação com os 242 milhões de euros que recebeu no ano passado.
O fundador da Inditex surge por mais um ano como a maior fortuna espanhola, ocupando o nono lugar no ranking mundial da Forbes, com uma riqueza estimada em 124.000 milhões de dólares (114.943 milhões de euros).
Ortega está à frente da sua filha Sandra, que ocupa o segundo lugar entre as fortunas espanholas, mas o 230º no mundo, com uma fortuna de 10.800 milhões de dólares (10.011 milhões de euros).
Mudanças da administração
A Inditex vai avançar com mudanças na sua equipa de gestão de topo, uma vez que José Arnau, vice-presidente da empresa e colaborador próximo do fundador Amancio Ortega, deixará o Conselho de Administração no final do seu mandato, no dia 15 de julho.
José Arnau vai abandonar o cargo de vice-presidente do grupo Inditex, que ocupa desde junho de 2012, e, ao que tudo indica, será substituído por Roberto Cibeira, atual CEO da Pontegadea, podendo nas próximas horas ser oficializada a mudança.
Licenciado em Ciências Económicas pela Universidade de Santiago de Compostela, Roberto Cibeira entrou para a holding de Amancio Ortega em 2003, vindo da Arthur Andersen. Representou a Pontegadea no conselho de administração do NH Hotel e da Telxus. Além disso, desde 2020, é membro da Fundação Amancio Ortega.
Por seu lado, Arnau, um homem de confiança de Amancio Ortega, deixará o seu cargo no gigante têxtil e abandonará também a direção da Pontegadea UK num processo “ordenado e programado”, segundo fontes próximas do processo.
Licenciado em Direito pela Universidade de Santiago de Compostela e Inspetor Tributário do Estado, Arnau é o presidente executivo do Grupo Pontegadea desde 2001.
Arnau foi nomeado administrador da Inditex em junho de 2012, ratificado pela assembleia geral de acionistas de 17 de julho de 2012 e reeleito nas assembleias gerais de acionistas de 18 de julho de 2017 e 13 de julho de 2021.