O lucro da construtora Teixeira, Pinto & Soares (TPS) aumentou 55% em 2023 face a 2022, para quatro milhões de euros, prevendo a empresa atingir já este ano o volume de negócios de 100 milhões de euros, inicialmente projetado para 2025.
Em entrevista à agência Lusa, o presidente do Conselho de Administração (CEO) da empresa de Amarante detalhou que, no ano passado, a faturação aumentou 65% em termos homólogos, atingindo os 76 milhões de euros, uma “evolução significativa” que permitiu antecipar para 2024 o objetivo – traçado em 2021 – de quase triplicar o volume de negócios até ao final de 2025, para os 100 milhões.
Após ter fechado 2023 com uma carteira de obras de 180 milhões de euros, Bruno Soares aponta como objetivo terminar este ano com uma carteira de cerca de 200 milhões (refletindo novas adjudicações de empreitadas no valor de 120 milhões) e atingir a fasquia dos 250 milhões de euros “nos próximos anos”.
No âmbito da aposta assumida de ganhar empreitadas com maior envergadura financeira, a empresa de engenharia e construção, de cariz familiar, diz ter conseguido “evoluir imenso”, mas garante ter “capacidade para conquistar empreitadas ainda mais relevantes”.
“As nossas empreitadas em 2023 tinham um valor médio de nove milhões de euros”, concretizou o CEO, destacando, na região Norte, o empreendimento habitacional Flower Tower Camellia e o empreendimento habitacional Eleven Gaia, na Grande Lisboa os empreendimentos habitacionais Lote 7 – Forças Armadas e Quinta do Alto e, no Algarve, o Domitys Domaine Vilamoura e o Natura Village.
Empresa superou expectativas no Algarve
No Algarve – região onde, numa entrevista à Lusa em 2022, Bruno Soares disse que a TPS pretendia “construir alicerces” – a construtora diz que a atividade “superou as expectativas”, tendo terminado o ano passado com uma faturação de oito milhões de euros e uma carteira de obras de 45 milhões.
Para 2024, o CEO aponta como objetivo faturar 28 milhões de euros no Algarve e terminar o ano com uma carteira de obras de 47 milhões, pretendendo ganhar a adjudicação nesta região de empreitadas no valor de 30 milhões de euros.
Com o crescimento sobretudo focado nos segmentos da habitação e obras públicas, a TPS tem vindo a concorrer e a ganhar algumas empreitadas públicas financiadas pelo Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), algumas das quais já em fase de execução e outras com início previsto para um “futuro próximo”.
Relativamente aos principais constrangimentos que o setor enfrenta, Bruno Soares destaca “a escassez de mão-de-obra qualificada, a instabilidade nos preços dos materiais de construção e as constantes alterações nas regulamentações” aplicáveis à atividade.
Na sua opinião, estes desafios “são, em grande parte, responsáveis pela inovação e eficiência que o setor está a atravessar”, sendo que, apesar de estas estarem ainda “numa fase muito embrionária”, a sua convicção é que “o setor se vai reinventar substancialmente e finalmente vai ‘abraçar’ práticas mais sustentáveis”.
“Todos os grandes intervenientes no setor já estão sensibilizados e empenhados em encontrar soluções para garantirmos a resiliência e o sucesso do setor da construção civil em Portugal nos próximos anos”, sustenta.
Fundada em 1997 por três sócios e batizada com as iniciais dos sobrenomes de cada um deles, a TPS acabou, cerca de dois anos depois, por passar a ser liderada por Fernando da Cunha Soares, um dos fundadores e pai dos dois atuais administradores, Bruno e Pedro Soares.
A empresa ganhou um novo impulso com a entrada dos filhos do fundador, que apostaram na integração vertical de diversas atividades, na diversificação das operações e na internacionalização.
Lusa