A agência Bloomberg destacou Lisboa e o Rio de Janeiro como duas das seis cidades hotspots cosmopolitas do futuro “para atrair uma comunidade internacional vibrante com empregos bem pagos e estilos de vida de luxo acessíveis”. As restantes quatro cidades da lista são Kuala Lumpur, Dubai, Bangalore e Cidade do México.
“Enquanto países como Curaçau e Cabo Verde lançaram vistos de nómadas digitais para andarilhos baseados na web, construir e reter uma grande e cosmopolita base de talentos exige mais do que uma praia e uma conexão wi-fi. Num mundo transformado pela pandemia, pela guerra e pela inflação, um punhado de cidades está a desafiar a velha ordem, atraindo empresas e start-ups para polir as suas credenciais como uma cidade global”, refere a Bloomberg que conversou com seis trabalhadores que exercem a sua atividade nestas seis metrópoles.
Kuala Lumpur
A capital da Malásia está a tornar-se, cada vez mais, atraente para empresas globais por causa da sua grande força de trabalho que fala inglês, das conexões aéreas fáceis em toda a região e relativa acessibilidade, sublinha a agência.
A Bloomberg recorda que, em 2021, a cidade ficou em primeiro lugar em uma pesquisa mundial com cerca de 12.000 expatriados da InterNations, pontuando em primeiro lugar em moradia.
De acordo com a Bloomberg, a Malásia é um país na encruzilhada de várias civilizações –sudeste asiática, chinesa, Médio Oriente, indiana –, mas apesar da muita variedade cultural e linguística há uma harmonia em toda essa diversidade.
Ainda que alguns aspetos possam ser frustrantes – como uma conexão de internet irregular –, as ilhas e a cultura do país mais do que compensam esse inconveniente, segundo a reportagem da Bloomberg.
Lisboa
Uma das cidades mais antigas da Europa, Lisboa reinventou-se como destino hipster, acolhendo eventos como a Web Summit e oferecendo uma mistura de cultura, vida noturna e clima quente com fácil acesso a algumas das praias mais espetaculares da Europa, frisa a Bloomberg.
Descrita no ano passado pelo site de expatriados Dispatches como “indiscutivelmente o destino de expatriados mais popular na Europa no momento”, Lisboa está a desfrutar de um boom que viu os preços dos imóveis subirem constantemente, mas ainda num nível inferior a de outras cidades, como Nova Iorque, à medida que um influxo de imigrantes ricos compra casas na capital ou ao longo da costa algarvia, diz a agência.
Dubai
A Bloomberg refere que o Dubai vem disputando com Hong Kong e Singapura o tráfego de expatriados há mais de uma década, mas o efeito combinado da pandemia e da guerra na Europa tornou o Emirado ainda mais popular. Com uma coleção de edifícios de arquitetura futurista, Dubai investiu biliões na criação de uma cidade do futuro.
Um fuso horário semelhante ao da Europa torna mais fácil realizar negócios no Dubai.
Bangalore
Bangalore tornou-se um dos centros de tecnologia de mais rápido crescimento do mundo, lar de milhares de startups e empresas de software, alimentados com dinheiro de empresas globais de tecnologia e investidores estrangeiros de primeira linha, como Sequoia Capital e Goldman Sachs.
A Bloomberg realça que o capital de risco está a fluir para esta cidade do sul da Índia mais rapidamente do que para Londres ou São Francisco, subindo de US$ 1,3 bilião em 2016 para US$ 7,2 biliões em 2020. A agência refere que, com a crescente comunidade de expatriados, vieram escolas internacionais, bem como bares e bistrôs.
Ainda assim, como outros locais da zona, Bangalore pode ser um desafio para quem está acostumado a cidades do mundo ocidental, diz a Bloomberg.
Cidade do México
Uma vasta extensão urbana de quase 22 milhões de pessoas, a Cidade do México pode parecer um candidato improvável para refúgio de expatriados, mas a capital mais antiga das Américas vem rapidamente ganhando atenção como um centro de empreendedores e startups na América Latina, indica a Bloomberg. O México liderou o ranking global no ranking Expat Insider da InterNations 2022 dos melhores países para se viver e a sua capital de alta altitude abriga estrangeiros de todo o mundo.
“Misturando sete séculos de história com algumas das políticas mais progressistas da região – a cidade foi a primeira da América Latina a legalizar casamentos entre pessoas do mesmo sexo – a capital também abriga uma das cenas gastronómicas mais vibrantes das Américas”, diz a agência.
Rio de Janeiro
Embora a cidade tenha sofrido um declínio na década de 1990, ofuscada pelo centro financeiro de São Paulo, a atmosfera descontraída e as praias mundialmente famosas do Rio continuam a atrair estrangeiros que se mudam para a maior economia da América do Sul, aponta a Bloomberg.