A consultora de imobiliário Cushman & Wakefield realizou um estudo sobre as obras de fit-out, em 26 cidades, de 15 países – em que consta Portugal e, mais especificamente, Lisboa. O estudo, realizado pela equipa de Project & Development Service EMEA, da Cushman & Wakefield, analisa e compara o panorama de construção e custos de fit-out em cidades europeias e concluiu que os custos de construção em Lisboa são, em média, mais elevados do que em Madrid ou Barcelona, sendo semelhante aos valores de Roma, Praga e Amsterdão.

Explica a Cushman & Wakefield que este cenário resulta, sobretudo, da pequena dimensão do mercado de fit-out em Lisboa, em que existem poucos players e fornecedores, aumentando o custo médio de construção, em comparação com outras cidades percecionadas como “mais caras”.
A análise dos consultores aponta ainda para uma carência de falta de mão de obra qualificada em Portugal, com a escassez de matéria-prima a originar a inflação dos preços de construção, “pelo que os empreiteiros não têm capacidade de absorver os aumentos de custos de materiais e equipamentos”.
Sublinha a Cushman & Wakefield que se verifica um aumento significativo nos prazos de entrega de materiais e equipamentos, perante um cenário em que a procura é maior que a oferta.
“Os empreiteiros estão a assumir a inclusão do fator ‘risco’ nas suas ofertas comerciais, o que resulta num aumento dos preços e prazos de execução”, refere a consultora.
Para Matthew Smith, Head of Project & Development Services da Cushman & Wakefield, “nos últimos doze meses temos notado um aumento significativo nos custos de construção, causado em grande parte pela falta de mão de obra e dificuldades na cadeia de fornecimento, com impacto direto nos custos dos materiais e equipamentos, sendo que esta tendência irá manter-se em 2022 e, provavelmente, em 2023”.