Os indivíduos mais abastados do planeta estão a consumir mais móveis, decoração e artigos de design, criando excelentes oportunidades de negócio para a as marcas de luxo. As marcas premium, sobretudo as de moda e beleza, têm aqui espaço para diversificarem os seus produtos, apresentando apetecíveis coleções ligadas aos produtos da casa.
As conclusões resultam de um inquérito realizado pela Altiant, empresa de estudos de mercado especializada no luxo, e publicado no estudo “The Lifestyle Era: Luxury’s Opportunity in Home and Hospitality“, da The Business of Fashion (BoF) plataforma de informação sobre o setor da moda e do luxo.
O relatório revela ainda que 30% destes consumidores referem que têm mais apetência para comprar determinada marca para casa depois de uma experiência positiva num hotel com a mesma insígnia.
Este relatório, que mostra os caminhos que as marcas podem seguir para maximizar as oportunidades de crescimento a explorar neste segmento, revela que os consumidores mais ricos dos Estados Unidos, do Reino Unido e da França afirmam estar a gastar mais em mobiliário, decoração, têxteis e utensílios de mesa. Estes gastos cresceram 12 pontos percentuais face aos valores registados no início da pandemia.
A tendência que se instalou
Quando a Prada Caffèe abriu no Harrods, em Londres, em abril do ano passado (estará aberto até ao final de 2025), este tornou-se viral, como um dos locais mais “instagramáveis” do momento. Os comentários nas redes sociais rondavam o design, os talheres Prada, comparando com outros espaços pop-up de marcas de luxo, como o da Dior, que também abrira no Harrods no ano anterior.
No entanto, esta tendência não é nova: a expansão para categorias adjacentes, como design e a hotelaria já vem de trás, pois marcas como a Ralph Lauren e a Fendi lançaram coleções de casa nos anos 80. A novidade é a sua rápida expansão, sobretudo após a pandemia, já que esta obrigou os consumidores a darem mais atenção aos seus espaços domésticos.
Segundo a empresa de estudos de mercado Euromonitor International, citada pela BoF, as vendas nas categorias de casa e hotelaria crescerão cerca de 7% ao ano até 2026. Para esta tendência muito contribuem as tendências do trabalho híbrido e a tendência do consumidor em ter boas experiências em casa, mas também nos restaurantes e hotéis.
Criar laços de afinidades com os consumidores
As marcas estão a apostar nestas oportunidades, não apenas porque geram novos rendimentos, mas porque criam laços de maior afinidade com os seus consumidores. Segundo este estudo, 70% dos inquiridos, num universo de consumidores mais abastados, respondeu que a as coleções de design de casa e nos hotéis ajudam a melhorar a perceção que têm das marcas.
O relatório revela ainda que 30% destes consumidores referem que têm mais apetência para comprar determinada marca para casa depois de uma experiência positiva num hotel com a mesma insígnia. Referem que Gucci, Dior, Chanel são as marcas que mais os atraem. Curiosamente, a Zara é a única marca que não sendo de luxo, se situa no top 20 das suas preferências, mostrando como as marcas de massa podem alcançar um posicionamento premium nas coleções de casa.