Em muitos países, existem benefícios fiscais que visam estimular a inovação nas empresas, contribuindo para a competitividade do tecido empresarial. Em Portugal, este programa chama-se SIFIDE (Sistema de Incentivos fiscais à Investigação e Desenvolvimento Empresarial) e permite às empresas inovadoras poupar até 82,5% das suas despesas relacionadas com projetos de Investigação de Desenvolvimento (I&D).
Apesar do impacto positivo do programa ao longo dos anos, não deixam de existir ineficiências no acesso ao benefício. Foi isto que o Bernardo Seixas (CEO), Rita Neves (COO) e Bernardo Tavares (CTO), co-fundadores da Lever.tax, se aperceberam durante o programa de incubação da Demium.
“Falámos com mais de uma centena de empresas portuguesas. Enquanto algumas, em particular as maiores, têm recursos dedicados para tratar da burocracia, a maioria não tem. Para além disso, muitas nem sabem se são elegíveis ou veem-se obrigadas a recorrer a consultores que têm um custo elevado, o que torna este benefício inacessível para as empresas mais pequenas”, diz Bernardo Seixas, CEO da Lever.tax.
Com o apoio da Lever.tax, as empresas podem recuperar até 82,5% do valor das despesas em inovação recorrendo ao SIFIDE, referem os responsáveis da start-up.
A proposta de valor desta start-up é reduzir custos às empresas, através de Inteligência Artificial, a qual as ajuda a eliminar longas horas de reuniões e de trabalho burocrático. Em consequência, este processo torna as candidaturas significativamente mais acessíveis para essas empresas, deixando-lhes mais tempo para se focarem na inovação.
A start-up recebeu agora 150 mil euros da Demium Capital para desenvolvimento de produto, crescimento no mercado português e para começarem as suas operações em Espanha, onde também existe um benefício fiscal semelhante ao SIFIDE.
Em relação ao futuro da start-up ibérica, os responsáveis da Lever.tax referem que não pretendem estar focados apenas em incentivos fiscais, alargando o seu foco a todos os tipos de financiamento de empresas inovadoras “de modo a libertá-las da burocracia e a permitirem que se foquem no que de facto traz valor: inovação”.