O Grupo Lego anunciou esta quarta-feira os resultados financeiros do primeiro semestre de 2025. O destaque vai para o crescimento de 12% nas receitas, para um recorde de 34,6 mil milhões de coroas dinamarquesas (4,63 mil milhões de euros), contra os 31 mil milhões de coroas dinamarquesas (4,15 mil milhões de euros) do primeiro semestre de 2024.
Registou-se ainda um aumento de 13% nas vendas ao consumidor, segundo o grupo “impulsionadas por um portfólio amplo e inovador”. Tanto o lucro operacional quanto o lucro líquido aumentaram 10%, o primeiro para a marca dos 9 mil milhões de coroas dinamarquesas e o segundo para os 6,5 mil milhões de coroas dinamarquesas.
Entre os modelos que mais contribuíram para o aumento da receita estão os best sellers do mesmo período: LEGO City, LEGO Technic, LEGO Botanicals, LEGO Icons e LEGO Star Wars. O primeiro semestre de 2025 representou ainda um outro recorde para a empresa, uma vez que os 314 novos sets lançados foram o maior número de sempre nesse período.
Numa chamada entre Niels B Christiansen, CEO do Grupo Lego, Jesper Andersen, CFO do Grupo Lego, e os meios de comunicação, o primeiro realçou ainda o sucesso de algumas das parcerias que lançaram nos últimos tempos: Fórmula 1 e o desenho animado Bluey são dois exemplos.
O fluxo de caixa das atividades operacionais foi de 5,9 mil milhões de coroas dinamarquesas contra 7,5 mil milhões de coroas dinamarquesas no primeiro semestre de 2024. Segundo o grupo, esta queda deveu-se “ao calendário das saídas de caixa e ao aumento dos pagamentos de impostos”.
“Estamos muito satisfeitos por ter mantido o nosso forte desempenho no primeiro semestre de 2025, ganhando participação no mercado global de brinquedos. Este crescimento é impulsionado pela nossa vasta e inovadora gama de produtos que continua a ser relevante para todas as idades e interesses. Com a sólida base financeira que construímos ao longo de vários anos, continuamos a investir em expansões de capacidade e iniciativas estratégicas que alimentam o nosso crescimento. Acima de tudo, os resultados refletem a dedicação e paixão duradouras dos nossos mais de 31 mil colaboradores no mundo inteiro, que se mantiveram focados em alcançar mais crianças com experiências inspiradoras LEGO”, escreveu o CEO da empresa em comunicado.
Os investimentos mencionados passam pela construção de novas fábricas e pela modernização de algumas das instalações já existentes. Em abril, a empresa inaugurou a sua sexta fábrica, no Vietname, abriu uma nova sede em Boston e está neste momento a investir mais de 1,5 mil milhões de dólares na construção de uma fábrica e um centro de distribuição regional na Virgínia, EUA, que deverão ser inaugurados em 2027. Em relação às lojas, a empresa abriu 24 novos espaços, elevando o seu total global para 1079 lojas em 54 mercados.
A sustentabilidade também foi um foco de investimento ao longo do primeiro semestre de 2025, incluindo a introdução de materiais mais sustentáveis para fabricar os seus produtos. “As crianças e os pais esperam, com razão, que desempenhemos o nosso papel na definição de um futuro mais sustentável. Continuamos totalmente focados na missão de inspirar e desenvolver crianças em todos os lugares – o que inclui garantir que as gerações futuras herdam um planeta saudável”, continua Niels B Christiansen.
Preparados para as tarifas
Um dos temas que marcou a conversa com o CEO e o CFO da empresa foi a incerteza do mercado financeiro, principalmente tendo em conta as tarifas impostas por Donald Trump. Para Niels B Christiansen é a “sólida posição” da empresa que lhes permite lidar com o cenário atual e, se olharem para o futuro, mesmo que o mercado acalme, a previsão é de que terminem o ano numa nota positiva.
Sobre as tarifas? “Estamos a paga-las como todos os outros. Achamos que vamos conseguir gerir”, afirma Jesper Andersen.
O motivo para esta atitude positiva passa pelos resultados agora apresentados, mas também pela comparação feita com o próprio mercado de brinquedos. Olhando para os últimos cinco anos (2020 – 2025), o grupo Lego alcançou um crescimento acumulado de 108%, ao mesmo tempo que o mercado de brinquedos se fixou num crescimento acumulado de 18%, segundo dados apresentados pelo CFO da empresa.