O JUVE – Encontros do Cinema e da Literatura Infantojuvenil regressa a Baião, distrito do Porto, entre 22 e 25 de outubro, com uma edição que homenageia Carmen Chaplin, neta do lendário Charles Chaplin, e celebra o diálogo entre cinema, literatura e novas gerações. Com curadoria de Rui Tendinha, o festival assume-se como um espaço de encontro entre a criação artística e o público jovem, promovendo o pensamento crítico, a imaginação e a partilha cultural.
A homenagem a Carmen Chaplin constitui o momento simbólico da edição 2025, reconhecendo o percurso da atriz e realizadora e o seu papel na preservação e reinvenção do legado familiar. A sessão especial será antecedida por uma conversa com Carmen Chaplin, Joana Pais de Brito e Guilherme Blanc, dedicada à atualidade da obra do cineasta e ao impacto universal da sua mensagem humanista. Seguir-se-á a exibição da cópia restaurada em 4K do clássico “A Quimera do Ouro” (The Gold Rush, 1925), de Charles Chaplin, uma das obras-primas mais emblemáticas da história do cinema.
A atriz, escritora e realizadora Sónia Balacó é a madrinha desta edição do JUVE, reforçando a ligação do festival ao talento e à criação artística portuguesa. No âmbito do programa educativo, Balacó participará num encontro com a comunidade escolar, partilhando com os alunos a sua experiência nas áreas da literatura, do cinema e da representação, numa conversa sobre o papel da arte na formação e na imaginação dos jovens.
Entre as antestreias que integram o programa, destaque para “O Velho e a Espada”, de Fábio Powers, apresentado em Baião antes da sua estreia comercial nas salas, uma fantasia que cruza mitologia, humor e heroísmo improvável, e para “É do Inimigo?”, de Alexis Morante, uma co-produção luso-espanhola com Paulo Pires no elenco, que retrata de forma sensível a juventude de Miguel Gila e o poder do riso perante a adversidade.
O festival apresenta ainda “As Aventuras de Jack Burton nas Garras do Mandarim”, de John Carpenter, um clássico de culto que combina acção, comédia e imaginação, e “A Mãe é que Sabe”, de Nuno Rocha, com Maria João Abreu, Dalila Carmo e Margarida Carpinteiro, exibido no âmbito de um panorama dedicado à obra do realizador, que aceitou o desafio lançado pelo JUVE para criar um novo filme juvenil rodado em Baião.
O cinema português está igualmente representado através da sessão “Baião: Destino Cinematográfico”, que reúne projetos gravados no concelho — “O Menino de Baião”, de João Seugirdor, “Meia Dúzia de Hábitos”, de Salvador Gil, e “Chama” (work in progress), de Lucas Dutra — três olhares distintos sobre o território e as suas histórias. Na mesma linha, o festival apresenta “O Protótipo”, também de Nuno Rocha, curta produzida no âmbito do JUVE com a participação de alunos das escolas do concelho.
A vertente formativa mantém-se como eixo fundamental do evento. A Masterclass de Atores, orientada pela atriz Paula Magalhães, propõe um espaço de descoberta e experimentação através do corpo, da voz e da emoção, explorando novas formas de expressão artística.
No contexto escolar, o JUVE vai à escola e leva consigo o cinema directamente aos estudantes com um Workshop para Cinema com Telemóvel, conduzido por Luísa Sequeira e Sama, e uma Sessão de Curtas com Tota Alves, convidando os alunos a descobrir o poder da imagem e da narrativa audiovisual.
O festival contará ainda com uma sessão exclusiva do programa Zig Zag, da RTP2, dedicada aos alunos do 1.º ciclo, que combina curtas, animações e interação com a equipa do programa, num momento de aprendizagem e divertimento partilhado.
A edição de 2025 encerra com o cineconcerto de Benjamim, em que o músico interpreta ao vivo curtas-metragens clássicas do cinema mudo, num diálogo entre som e imagem que transforma o ecrã num palco de criação viva e sublinha a vocação multidisciplinar e emocional do JUVE