Em 2021, existiam em Portugal 35 Laboratórios Colaborativos (CoLAB) reconhecidos em áreas estratégicas como saúde, energia e sustentabilidade, transformação digital e agroalimentar. Em 2022, foram reconhecidos mais 6 laboratórios colaborativos.
Estas unidades agregam 295 entidades parceiras, nomeadamente 173 empresas e 122 entidades não empresariais, incluindo instituições de ensino superior, centros de investigação, associações e parceiros locais que, no acumulado, desde 2017, representam perto de 70 milhões de euros de investimento.
Segundo dados da Agência Nacional de Inovação (ANI), que acompanha e monitoriza a atividade dos CoLAB, as empresas representam agora 58,6% dos associados (mais 12,6% que em 2020).
Destas empresas, 91 são Pequenas e Médias Empresas (PME).
Os CoLAB desenvolvem Investigação e Inovação em áreas críticas para a sociedade, em torno de desafios complexos, em conjunto com quase 300 parceiros.
Joana Mendonça, presidente da ANI, acredita que os CoLAB se têm revelado uma oportunidade para que as instituições científicas e académicas, em estreita colaboração com atores económicos, sociais e culturais, contribuam para a construção, em Portugal, de projetos de relevância internacional.
“Se pensarmos na rede densa de instituições de I&D em que os Laboratórios Colaborativos se integram e deles estarem orientados para a implementação de soluções efetivas e com impacto socioeconómico para resolver problemas complexos e de grande dimensão das empresas, percebemos que os resultados são um forte incentivo para continuar a apostar”, afirma Joana Mendonça.
CoLAB já contribuíram para a criação direta de 639 empregos altamente qualificados.
No 3º Encontro Anual dos CoLAB, que se realizou esta semana, em Faro, a ANI realça ainda o facto de os CoLAB se encontrarem distribuídos por todo o território nacional contribuem também para a valorização do interior do país, ainda que com prevalência de certas zonas: região Norte (38%), Área Metropolitana de Lisboa (33%) e região Centro (18%).
De acordo com o 3º Relatório de Acompanhamento “Laboratórios Colaborativos – Evolução e integração em Portugal e na Europa”, desenvolvido pela ANI, apresentado no encontro, os CoLAB têm vindo a reforçar a sua participação em programas competitivos, tendo aumentado 2,5 vezes a captação deste tipo de financiamento.
Em 2021, foram os laboratórios na área dos Materiais, Economia Circular e Sustentabilidade que contrataram um maior número de colaboradores qualificados e que também registaram um maior volume de vendas.
Por outro lado, a área Agroalimentar registou um maior número de clientes.
Os Laboratórios Colaborativos contribuíram para a criação direta de 639 postos de trabalho qualificados (um crescimento de 13,7% face a 2020), 32% dos quais doutorados, o que corresponde a 107% do objetivo para 2022.
O que são os Laboratórios Colaborativos?
Os Laboratórios Colaborativos são associações privadas sem fins lucrativos ou empresas. Têm como objetivo principal criar, direta e indiretamente, emprego qualificado e emprego científico em Portugal através da implementação de agendas de investigação e de inovação orientadas para a criação de valor económico e social.
O Laboratório Colaborativo é constituído obrigatoriamente por, pelo menos, uma empresa e uma unidade de I&D de uma instituição de ensino superior.