Kênia Gama é empreendedora há 19 anos e especialista em desenvolvimento humano, empreendedorismo feminino e vendas. É uma escritora best-seller, mentora de empreendedoras um pouco por todo o mundo e consultora de negócios. É também a fundadora do “Mulher Brilhante”, um evento para mulheres que querem alcançar novos patamares pessoais e profissionais. Kênia Gama marcou presença na Forbes Women’s Summit, no dia 20 de junho, em Lisboa, onde nos contou um pouco sobre o seu percurso de carreira.
Kênia, hoje falou-nos um pouco do seu percurso de carreira e de como tudo começou.
Kênia Gama: Sim, é verdade. Na realidade, eu comecei por ser professora de espanhol, quando entrei no mercado de trabalho. Tinha uma filha pequena e acabei por ter três empregos porque também cuidava da minha casa e estava na faculdade. O meu dinheiro era muito contado.
E como é que deu o ‘salto’ para empreendedorismo?
Foi o meu marido que, de certa forma, me ‘convidou’ para o fazer. Com poucos recursos e conhecimento começámos a fazê-lo juntos. Acabei por seguir muito a minha intuição, porque não tinha estudado nada nesta área de empreendedorismo.
Mas falou de ter tido assim uma ‘quebra’ no negócio a certa altura.
Sim. E percebi logo que essa ‘quebra’ só aconteceu pela minha falta de conhecimento técnico de negócios, mas, também, por falta de gestão emocional. Num ano fiquei milionária, dois anos depois perdi basicamente tudo. Mas todos os negócios passam por crises. E desta vez ia começar de novo, mas com mais experiência.
E, de facto, fala muito dessa necessidade de existir um grande controlo emocional.
Sim. Nós devemos ter um controlo emocional muito bom para conseguir lidar com adversidades na nossa vida. Não só em negócios. Eu quase perdi o meu casamento, tive uma depressão, e foi todo um momento muito difícil da minha vida. Apercebi-me que isto nunca mais poderia voltar a acontecer. Foi aí que comecei a estudar muito sobre gestão, marketing, pessoas até, e fiz várias formações em desenvolvimento pessoal, por exemplo. Também o fiz em gestão empresarial e marketing.
E em 8 meses reconstruiu a sua empresa.
Exatamente. Eu tinha perdido tudo e em oito meses consegui reconstruir tudo. Eu digo sempre que a mente não ‘desaprende’. Sabia que se já tinha chegado a um certo ponto, rapidamente o voltaria a fazer. Comecei por ir para o Facebook e abrir lá uma página fanpage minha, onde publicava artigos. Falava de liderança, desenvolvimento pessoal, gestão de projetos, etc.
E foi aí que notou que grande parte dos seus seguidores eram mulheres?
Sim. Mulheres empreendedoras que estavam apenas a começar. Foi uma surpresa porque não sabia que tinha esse público. Foi assim que surgiu o ‘Mulher Brilhante’, em 2016. Comecei por organizar pequenas reuniões e a oferecer o meu curso online. E todos os anos duplicamos o nosso tamanho.
E na pandemia?
Crescemos muito online. E é interessante porque foi um momento muito importante para empreendedoras. Começaram a estudar muito este ‘novo’ mundo de empreendedorismo.
E agora tem um livro que está a dar que falar.
Sim! É um best-seller e está há várias semanas no topo de vendas. Está a vender-se muito bem e acho que transforma a vida de muitas mulheres. É uma leitura simples, clara e dinâmica. Um livro que serve para contrariar uma certa ‘pobreza interna’ que temos de desejar pouco para a nossa própria vida.
Um livro que claramente é muito inspirador e digno de ser mencionado aqui na Forbes Women’s Summit. E projetos futuros?
Muito obrigada. Acho que os meus projetos futuros passam por expandir este movimento que criei da ‘Mulher Brilhante’. Ajudar na criação de uma sociedade mais humana e empática. Vamos para os EUA em janeiro e, em setembro, estaremos aqui em Portugal. Quero globalizar o movimento, respeitando culturas locais, claro. Temos planos de ir para a China, também.