Grande Prémio da Alemanha de 2015, Miguel Oliveira – o piloto português de motociclismo mais bem-sucedido da actualidade – espera o mecânico no hotel. Desespera. O mecânico esqueceu-se de o levar para o circuito. Finalmente chegado ao palco da corrida, força tanto o andamento que acaba estatelado no asfalto, não sem antes fazer a melhor volta na sessão de treinos. Parte o quinto metacarpo da mão esquerda e fica de fora da prova, após ser operado. Paulo Oliveira, pai do piloto português que dentro de umas semanas se estreará na maior competição mundial de Motociclismo, o Moto GP, recorda à FORBES este episódio como um dos momentos mais marcantes na carreira do jovem de 24 anos.
Aquando dessa queda, Miguel estava no último ano de Moto 3, na Red Bull KTM Ajo, e acabaria por ser vice-campeão, vencendo as três últimas provas. Ganhou também em Mugello, Itália, onde a “A Portuguesa” se estreou no Mundial de Motociclismo. Da terceira categoria do motociclismo mundial, Miguel subiu um novo degrau no rumo ascendente contínuo desde que entrou no Mundial em 2011 – ao ponto de disputar o campeonato em 2018, que chegou a liderar, mas perderia para o italiano Francesco Bagnaia. O transalpino voltará a estar no caminho de Miguel mas, este ano, numa luta em que se baterão com as respectivas Ducati e KTM numa “corrida” à parte pelo título de estreantes, os “rookie do ano”.
Apesar de, nota o “Falcão”, o motociclismo não receber a horda de seguidores do futebol, a presença em Moto 2, antecâmara do Moto GP, já permite arrecadar dezenas de milhões de euros.
Seja como for, é o mais alto patamar da maior competição mundial de motociclismo, o que desde logo promete grande visibilidade aos poucos que lá chegam. Basta dizer que, de todos os pilotos que andam pelo mundo fora em pistas de velocidade, só 22 estarão no dia 10 de Março na grelha de partida do Grande Prémio do Qatar a rodar a velocidades na casa dos 350 km/h. E Miguel será um deles.
Apesar de, nota o “Falcão” – com e sem aspas, já que além de apelido do meio é também o seu “nome de guerra” oficioso – na conversa com a FORBES, a sua marca não ter o poderio de um Rossi, nem o motociclismo receber a horda de seguidores do futebol, a presença em Moto 2, antecâmara do Moto GP, já permitia arrecadar dezenas de milhões de euros. E para o futuro antecipa-se muito mais.
Uma marca em construção sobre os feitos de um jovem campeão em análise da edição de Fevereiro, nas bancas.