O ex-presidente do Banco Privado Português (BPP), João Rendeiro, foi encontrado morto na cadeia onde estava detido, na África do Sul, esta sexta-feira. A morte deveu-se a enforcamento, naquilo que tudo indica tratar-se de um suicídio, segundo afirmou a advogada do antigo banqueiro à agência Lusa.
João Rendeiro tinha sido detido a 11 de dezembro em Durban, após quase três meses fugido à justiça portuguesa. Aguardava na prosão onde faleceu uma decisão sobre o processo de extradição para Portugal.
Três condenações
O ex-banqueiro foi condenado em três processos distintos, mas todos relacionados com a falência do BPP. Os juízes deram como provado que Rendeiro tinha retirado do banco 13,61 milhões de euros.
Das três condenações, apenas uma já tinha transitado em julgado, não admitindo mais recursos, pelo que, em função disso, Rendeiro teria de cumprir uma pena de prisão efetiva de cinco anos e oito meses.
Num segundo processo, João Rendeiro tinha sido condenado a 10 anos de prisão.
Num terceiro processo, o antigo banqueiro foi condenado ao cumprimento de três anos e seis meses. Nenhuma destas duas outras sentenças tinham ainda transitado em julgado.
Nascido em 1952, Rendeiro ia contemplar 70 anos de vida no próximo dia 22 de maio.
Fundação e morte do BPP
O Banco Privado Português (BPP) foi um banco português fundado por João Rendeiro em 1996, vocacionado para gestão de fortunas. Rendeiro foi o seu líder durante doze anos.
Em abril de 2010, o Banco de Portugal, “depois de verificada a inviabilidade dos esforços de recapitalização e recuperação desta instituição”, decretou o fim do Banco Privado Português.
O fim do BPP ocorreu no ano 2010, tendo lesado seis mil credores com 1600 milhões de euros a receber, 450 milhões dos quais créditos ao Estado.e causado perdas de centenas de milhões de euros ao Estado.