Joana Gentil Martins: “É preciso coragem para sermos nós próprios”

A 2ª edição do Forbes Healthcare Summit surpreendeu os presentes com uma mini sessão de saúde mental. No auditório da Associação Nacional de Farmácias, em Lisboa, a psicóloga Joana Gentil Martins - neta do conceituado médico António Gentil Martins que foi homenageado neste evento - levou a assistência a uma reflexão sobre autocrítica e amor…
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O evento Forbes Healthcare Summit 2025 incluiu uma descontraída sessão de mental coach, com a psicóloga Joana Gentil Martins a deixar estratégias para "termos coragem de sermos nós próprios, num mundo que nos quer encaixar em pequenas caixinhas".
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A 2ª edição do Forbes Healthcare Summit surpreendeu os presentes com uma mini sessão de saúde mental. No auditório da Associação Nacional de Farmácias, em Lisboa, a psicóloga Joana Gentil Martins – neta do conceituado médico António Gentil Martins que foi homenageado neste evento – levou a assistência a uma reflexão sobre autocrítica e amor próprio. Sob o tema “A coragem de seres tu”, o seu pitch foi uma conversa sobre o peso das expectativas externas e internas que moldam o nosso comportamento e muitas vezes nos penalizam.

“Quantas vezes já se moldaram para caberem nesse molde? Quantas vezes já se olharam ao espelho e pensaram que são a sua maior crítica?”, perguntou Joana no início da sua intervenção, referindo que a mensagem que queria transmitir naqueles curtos minutos de que dispunha era, “não a coragem dos grandes feitos, mas a coragem para sermos nos próprios, num mundo que nos quer encaixar em pequenas caixinhas”.

“É a crítica dos outros e é a nossa própria critica que nos causa dificuldades em sermos nós próprios”, aponta Joana Gentil Martins.

Segundo a psicóloga que é também um dos nomes “30 Under 30” da Forbes Portugal, o maior obstáculo a sermos nós próprios reside na crítica – tanto a que vem de fora como a que nasce dentro de nós. “Pensamos que o que fizemos não foi suficiente. As vozes na nossa cabeça são muitas vezes mais duras do que qualquer opinião externa”, sublinhou.

Para contrariar essa tendência, Joana propôs que as pessoas sigam algumas estratégias simples que podem ajudar a que tenhamos a coragem de sermos nós próprios. Uma dessas dicas consiste em relativizar a crítica externa, entendendo que a opinião dos outros é apenas uma perspetiva, como uma moeda que tem sempre duas faces. Para ilustrar esta afirmação, Joana mostrou a face de uma moeda a uma das pessoas da assistência, perguntando-lhe que face é que ela estava a ver; “cara”, respondeu; e se essa pessoa via uma face, Joana estava a olhar para a outra face, a “coroa”. E a moeda era, claro, a mesma: “Quando alguém fala mal de nós, não tem necessariamente a ver com o que somos, mas com o lado da moeda que essa pessoa está a ver.”

Joana Gentil Martins, na 2ª edição do Forbes Healthcare Summit. Foto: Victor Machado

Outra estratégia deixada pela psicóloga para que as pessoas fossem mais brandas na crítica consigo próprias foi sugerir que, antes de se julgarem a si próprios, cada um dos presentes se confrontasse com esta questão: “O que eu diria a alguém que amo se estivesse numa situação igual à minha?”.

“Coragem é sermos verdadeiros e sermos nós próprios”, refere Joana Gentil Martins.

Por fim, uma terceira dica deixada por Joana Gentil Martins para relativizar os pensamentos autocríticos é dar um nome à mente, isto para lembrar que pensamentos não são factos. Esse exercício fará com que “se se der um nome à minha mente, posso sempre dizer que ‘lá está a gertrudes a dizer que não sou capaz'”. Para reforçar a sua ideia, Joana acrescentou que sempre que alguém estiver “a ter um pensamento que…”, deverá ter presente que “isso não é um facto”.

Já na parte final da sua intervenção, Joana reforçou a importância de escolhermos bem as pessoas com quem nos rodeamos. Dando até um exemplo pessoal, Joana salientou que “temos de nos rodear das pessoas certas” e, nesse entendimento, “o filtro deve ser: faz sentido esta pessoa estar à minha volta?”.

Num evento focado na inovação em saúde, a mensagem da psicóloga e autora do livro “A Coragem para Seres Tu Própria” (editora Planeta) veio lembrar, assim, que o progresso também passa por aquilo que está dentro de cada um de nós: a autenticidade.

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