O Grupo Jerónimo Martins prevê investir em 2022 cerca de 850 milhões de euros, de acordo com a informação avançada pela empresa à CMVM.
O investimento será repartido por diferentes unidades de negócio e marcas do grupo. Em 2021, o grupo tinha investido 690M€.
Embora sem detalhar verbas para cada uma das insígnias que explora, o Grupo Jerónimo Martins planeia neste corrente ano inaugurar em termos de insígnia Pingo Doce cerca de 10 novas lojas e cerca de 30 localizações.
Aposta em soluções de comida pronta
“Em Portugal, o Pingo Doce alavancará a sua estratégia de crescimento nas categorias de frescos, com particular destaque para soluções de comida pronta onde tem vantagens competitivas evidentes e o suporte de duas cozinhas centrais e de equipas profissionais dedicadas”, refere a empresa que deu a conhecer que a marca Pingo Doce atingiu o marco histórico dos 4 mil milhões de euros de vendas, um crescimento de 4,6% em relação a 2020.
Ao nível da marca Recheio, a Jerónimo Martins estima que continue a beneficiar da recuperação do canal HoReCa “que se espera que ganhe dinamismo com alguma recuperação do turismo, estando prevista a abertura de uma loja bandeira em Cascais”.
Presença do grupo na Polónia
Noutros países, a Jerónimo Martins olha com especial preocupação para a Polónia, em virtude da proximidade geográfica com a Ucrânia, nação que está em guerra.
“O rápido aumento da inflação dos produtos alimentares, da energia e dos transportes, é intensificado pelo conflito militar e por crescentes limitações sentidas nas cadeias de abastecimento internacionais. Além disso, verifica-se uma visível depreciação das moedas da Europa de Leste, nomeadamente do zloty”, a moeda polaca, refere a Jerónimo Martins.
“Num contexto de maior inflação alimentar, a competitividade de preço e a criação de oportunidades de poupança para o consumidor através da atividade promocional tornam-se ainda mais críticas na agenda de todas as companhias”, afirma.
Entre Biedronka (14.542M€ de vendas) e Hebe (278M€), a Polónia é a “jóia da coroa” do Grupo Jerónimo Martins, representando 70,9% do total das vendas do grupo.
Quanto à cadeia de lojas que tem na Polónia, a Biedronka, o grupo empresarial português diz estar “consciente das dificuldades acrescidas de gerir o equilíbrio entre o crescimento das vendas e a proteção da rentabilidade”.
Mediante isso, “nas atuais circunstâncias, a sua principal prioridade é estar ao lado dos consumidores polacos e fazer justiça à promessa da insígnia num momento de diminuição do rendimento disponível das famílias. Assim, e apesar da falta de visibilidade neste momento sobre o impacto dos recentes acontecimentos na Ucrânia, particularmente no alcance da inflação de custos, a Biedronka está preparada para reforçar o seu investimento em preço e garantir a sua competitividade, o que irá aumentar a pressão sobre as margens”.
Biedronka espera manter plano de expansão
Apesar do conflito na vizinha Ucrânia, a Biedronka espera poder manter o seu plano de expansão para o ano e abrir cerca de 130 lojas e um novo centro de distribuição, bem como remodelar cerca de 350 localizações em 2022.
O grupo diz que irá fazer uma monitorização “ainda mais rigorosa” do que se está a passar para “reavaliar as necessidades e prioridades”, para trabalhar com os seus fornecedores para ultrapassar prováveis constrangimentos na cadeia de abastecimento.
Outra insígnia do grupo na Polónia, a Hebe, tem um plano de consolidação da sua rede, assente na abertura de cerca de 30 lojas este ano, bem como no crescimento da sua operação online que aumentou o seu peso em 2021, representando 13% das vendas totais.
Para 2022, os planos para a Ara, marca do grupo para a Colômbia, passam pelo estalecimento de uma rede de mais de 1.000 lojas (no final de 2021, o número era de 819).
Como foi 2021?
Em 2021, o Grupo Jerónimo Martins viu as suas vendas subirem 8,3%, para um total de 20.889 mil milhões de euros. A Biedronka respondeu por 69,8% desse montante (com 14.542M€) e o Pingo Doce contribuiu com 19,4% (4046M€).