Jaime Welsh, nascido em 1994, em Lisboa, é um talentoso artista que tem vindo a ganhar destaque na cena artística internacional com as suas fotografias meticulosamente construídas. Formado na prestigiada Goldsmiths, em Londres, onde obteve uma bolsa da Fundação Calouste Gulbenkian (e outra da própria Universidade), Welsh tem-se destacado pelas suas exposições em galerias e museus de renome como a Ginny on Fredrick, a South London Gallery, a Galeria Madragoa, o Firstsite Museum, a White Cube e Piccadilly Lights. Mas o reconhecimento de Welsh vai para além das exposições, uma vez que é o recipiente de vários prémios de grande prestígio internacional.
À conversa com a FORBES, Jaime ajuda-nos a explorar o seu percurso criativo e o seu fascínio pela marcada interseccionalidade da fotografia, da arquitetura e da interioridade psicológica. Fala-nos ainda sobre os projetos mais recentes em que está envolvido, incluindo a sua exposição na Ginny on Fredrick, uma galeria de renome internacional, em Londres, e a sua participação na aclamada Art|Basel, na Suíça.
Jaime, ainda durante o teu mestrado em Belas-Artes, na prestigiosa universidade Goldsmiths, foste selecionado e recebeste prémios de grande importância internacional, tais como o da Bloomberg New Contemporaries, Tomorrow by White Cube e Circa Art. De que maneira consideras que estes te influenciaram na tua carreira?
Jaime Welsh (JW): É verdade que foi um mestrado muito intenso e trabalhoso, cheio de projetos a acontecer em paralelo uns com os outros. Todos estes momentos do início do meu percurso foram importantes, mas não decisivos ou definitivos. É imprescindível continuar o trabalho árduo para manter um trajeto sólido e duradouro.
É imprescindível continuar o trabalho árduo para manter um trajeto sólido e duradouro.
Estás, neste momento, a expor na exposição Histórias de uma Coleção, no Centro de Arte Moderna, do Museu da Fundação Calouste Gulbenkian. Qual é a tua relação com este Museu e Instituição?
JW: A minha relação com a Fundação Calouste Gulbenkian é de grande respeito e gratidão. Fui Bolseiro da Fundação durante os meus estudos em Londres, entre 2018 e 2021. Foi também nos espaços interiores do edifício da Fundação que desenvolvi um extenso corpo de trabalho entre 2021 e 2022. Neste momento tenho duas obras que integram na coleção do Museu Calouste Gulbenkian.
Sei que tens tido vários convites para exposições e representação em Galerias em Londres. No entanto, noto que és muito específico com o contexto em que mostras o teu trabalho e tens vindo a recusar muitos destes convites. Em junho inauguraste uma exposição individual na Ginny on Frederick, Galeria que tem sido destacada na imprensa internacional como uma das mais importantes do momento. Como surgiu esta oportunidade?
JW: O fundador e curador da galeria, Frederick Powell, trabalhou alguns anos na Galeria White Cube antes de abrir o seu próprio espaço. Em 2021, quando participei na exposição TOMORROW daWhite Cube, o Frederick entrou em contato com o meu trabalho e desde aí que o tem vindo a acompanhar. Em 2022 visitei a galeria para ver a fantástica exposição da minha grande amiga e extraordinária artista Alex Margo Arden, que me apresentou ao Frederick. Passado uns dias, ele pediu-me para visitar o meu estúdio e rapidamente surgiu o convite para a exposição.
Também inauguraste o teu trabalho no Art|Basel, Suíça, a feira de arte mais conceituada do Mundo.
JW: Sim. Participei na secção Statements, na qual o comitê do Art|basel seleciona por volta de 15 artistas para fazerem apresentações individuais – com a Galeria Madragoa que me representa desde Setembro 2022. A Feira inaugurou no dia 13 de junho e durou até dia 18 do mesmo mês. Apresentei um projeto que tenho estado a desenvolver nos últimos treze meses, com o generoso apoio da Universidade de Lisboa e do Atelier Daciano da Costa – que têm sido incansáveis. E mais não digo mais para não estragar a surpresa àqueles que ainda não tiveram a oportunidade de ver o meu trabalho lá.
Jaime Welsh expôs o seu trabalho no Art|Basel, na Suíça, a feira de arte mais conceituada do Mundo.
Foi também este ano que inauguraste a tua primeira exposição institucional, com curadoria da Filipa Oliveira.
JW: Sim. Em setembro, de 2018, participei numa exposição de grupo na Galeria Municipal de Arte de Almada, com curadoria da Filipa, e desde aí que desenvolvemos uma grande afinidade. Em 2020 surgiu o convite para esta exposição individual. Foi um enorme prazer trabalhar com a Filipa Oliveira, uma curadora excepcional, sempre muito atenta e pronta para ajudar.
Mais alguém em Portugal tenha ajudado significativamente a tua carreira?
JW: Desde muito novo que comecei a pintar com orientação do artista Carlos Correia, o meu primeiro professor e meu querido amigo, a quem devo grande parte da minha aprendizagem artística ecultural. A Benedita Pestana, curadora responsável pelo projeto independente ‘O Armário’, é também uma figura muito importante no meu trajeto em Portugal porque sempre me apoiou, desde os 11 anos. Do mesmo modo, os meus amigos e incomparáveis artistas e designers Pedro Barateiro, Constança Entrudo e António Castro, estão sempre presentes em todos os momentos do meu percurso.
“Desde muito novo que comecei a pintar com orientação do artista Carlos Correia, meu primeiro professor e meu querido amigo, a quem eu devo grande parte da minha aprendizagem artística e cultural”.
JW: Não poderia deixar de mencionar o apoio da Fundação Calouste Gulbenkian e da Galeria Madragoa, nomeadamente do seu diretor Matteo Consonni. Tenho também muito a agradecer à curadora e professora Ana Cristina Cachola e ao colecionador António Cachola, que desde muito cedo apoiaram o meu trabalho, que integra agora a sua excelente coleção, patente no Museu de Arte Contemporânea de Elvas (MACE), onde vou inaugurar este mês uma exposição de grupo com curadoria de Sérgio Mah.
O impacto de Welsh é notável não só no circuito artístico, mas também em coleções públicas de renome, incluindo o prestigiado Museu Calouste Gulbenkian e a coleção MACE de António Cachola.
O seu contributo para a arte contemporânea tem sido aclamado em publicações influentes como a Frieze Magazine, British Journal of Photography, Contemporânea, Elephant Magazine, Jornal Expresso e Umbigo Magazine, entre outras.