O investimento em ‘capital semente’, start-up ou ‘early stage’ (diferentes tipos de financiamento de projetos em fase inicial) subiu cerca de 26% em 2024 face ao ano anterior, aumentando para 2.080 milhões de euros.
O investimento no apoio à expansão de empresas totalizou 2.908 milhões de euros, o que representa um crescimento de 48% em relação a 2023, indica o “Relatório sobre a Atividade de Capital de Risco 2024”, divulgado hoje pela CMVM.
Já o investimento em empresas que pretendem reorientar a sua estratégia (‘turnaround’) registou uma quebra de 26%, atingindo 678 milhões de euros no ano passado.
No final de 2024, existiam 80 entidades gestoras Organismos de Investimento Alternativo (OIA) de capital de risco ativas, mais nove do que no ano anterior.
O número de OIA de capital de risco em atividade cresceu 23%, para 348, o que se traduziu numa subida de 11% do montante sob gestão, para 10,3 mil milhões de euros, e num aumento de cerca de 14% do número de participantes, para 17.020.
Dos participantes, 82% eram não profissionais, indica o relatório da entidade que supervisiona a atividade do capital de risco em Portugal.
As rubricas da carteira dos OIA de capital de risco que mais se destacaram foram os “investimentos em UP (unidades de participação) de OIA de capital de risco”, e as “participações sociais”, com crescimentos de 200%, para 328 milhões de euros, e 38%, para 3.676 milhões de euros, respetivamente.
No final de 2024, eram detidas pelas OIA de capital de risco 1.751 participações diretas, traduzindo-se por um aumento de 23% em relação ao ano anterior. Vinte e duas dessas participações (cerca de 1% do total) apresentam um valor superior a 20 milhões de euros.
A quota de mercado das gestoras de OIA de capital de risco diminuiu, ainda que ligeiramente, de 39% para 37%, entre 2023 e 2024.
A Bluecrow substituiu a Explorer Investments no grupo das cinco maiores entidades gestoras, que continuou a ser liderado pela LYNX Asset Managers, seguida pela Oxy Capital.
A CMVM indica que em 2024 reforçou a sua função de supervisão ex-post, aumentando a responsabilização dos intervenientes, sobretudo das entidades gestoras.
Entre as ações de supervisão realizadas, destaca-se a prevenção do conflito de interesses, no âmbito da prioridade dada ao robustecimento dos sistemas de governo e de controlo interno destas entidades, mas também a prevenção do ‘greenwashing’, do branqueamento de capitais e do financiamento do terrorismo.
Cumprindo o seu compromisso de esclarecer as questões suscitadas pelos intervenientes no mercado, a CMVM publicou um conjunto de perguntas e respostas sobre o Regime da Gestão de Ativos, “tendo a área do capital de risco merecido especial atenção, incluindo também em matérias relacionadas com a comercialização dos OIA de capital de risco”.
Lusa





