A publicação dos resultados provisórios do Inquérito ao Potencial Científico e Tecnológico Nacional de 2021 (IPCTN Resultados Provisórios 2021) revela que a despesa total em Investigação e Desenvolvimento (I&D) em Portugal atingiu um novo máximo histórico de 3565 milhões de euros em 2021, de acordo com esta publicação da Direção-Geral de Estatísticas da Educação e Ciência (DGEEC).
Este valor representa agora 1,69% do PIB (quando em 2020 se situava em 1,62%), evidenciando o aumento pelo sexto ano consecutivo da despesa em I&D em função do PIB.

Em comparação com 2020, a despesa em I&D aumentou em todos os setores de execução.

O crescimento é particularmente expressivo no setor das Empresas, que aumentou 14,5% em 2021 (268 milhões de euros).

As Instituições Privadas Sem Fins Lucrativos (IPSFL) registaram um aumento de 16 milhões de euros (+24%), o Ensino Superior de 40 milhões (+ 3,4%) e o Estado de 5 milhões de euros (+3,3%).
As empresas são responsáveis pela execução de 2111 milhões de euros, o que equivale a 59% da despesa nacional em I&D.
O setor Ensino Superior em 2021 respondeu por 34% do total da despesa em I&D, o equivalente 1205 milhões de euros.

Os setores Estado e IPSFL representaram 5% e 2%, respetivamente, do total da despesa nacional.


Mais emprego qualificado
O aumento da despesa em I&D pelas empresas e outras instituições privadas é o reflexo do crescimento do emprego qualificado e do compromisso do setor privado em se sofisticar e acompanhar o desenvolvimento científico e a capacidade tecnológica instalada em Portugal, salienta o documento.
O número total de pessoas a exercer atividades de I&D em Portugal passou de 66.044, em 2020, para 69.628 (ETI – Equivalente a Tempo Integral), em 2021 (+5%).

Desses recursos humanos, 56.202 desempenharam funções de investigador, um aumento de 6% em relação ao ano anterior.
Os investigadores continuam a concentrar-se essencialmente no setor Ensino Superior, 28 864 ETI (51% do total nacional de investigadores), e no setor Empresas, 24.617 ETI (44%).
A proporção de investigadores na população ativa bate novo recorde de 10,9 investigadores por mil ativos em 2021, o que compara com os 10,3 de 2020.
Este retrato das atividades de I&D em Portugal é traçado pelos dados provisórios do Inquérito ao Potencial Científico e Tecnológico Nacional (IPCTN), relativo a 2021, publicado pela Direção-Geral de Estatísticas da Educação e Ciência.
Inquérito ao Potencial Científico e Tecnológico Nacional
O IPCTN é uma operação censitária de periodicidade anual, realizada desde 2007 (era bienal desde 1982), que constitui a base de informação estatística oficial sobre recursos humanos e financeiros afetos a atividades de I&D em Portugal.
Trata-se de uma operação inscrita no Sistema Estatístico Nacional, sendo a DGEEC o órgão delegado do Instituto Nacional de Estatística (INE) para a sua execução.