Como surgiu a ideia de criar um negócio?
A ideia de criar um negócio sempre esteve nos meus planos. O meu jogo preferido era o Monopólio e quando me perguntavam qual a minha profissão de sonho a resposta foi sempre a mesma desde os seis anos: trabalhar com empresas e vender produtos.
Outro fator influenciador foi sem dúvida ver o exemplo dos meus pais, que sempre foram construindo projetos e me incentivaram a realizar as minhas ideias.
Porquê na área da cosmética?
Nunca foi tanto acerca da área, mas sim do projeto em si. Penso que podia ter envergado em direções completamente distintas e ter acabado na área da cosmética foi um puro acaso. Se me perguntassem há três anos qual era a minha rotina de cuidados de pele não saberia responder porque a verdade é que não tinha. O skincare era um mundo completamente desconhecido para mim, mas sendo uma pessoa que adora desafios e sabendo que o “wellbeing” e “personal care” são áreas em forte crescimento, decidi explorar esta indústria que não demorou até me conquistar.
Não obstante, o mundo da maquilhagem sempre me interessou, porque vejo o rosto como uma tela e o desenho e arte fascinam-me desde criança.
“O mundo da maquilhagem sempre me interessou, porque vejo o rosto como uma tela”
Qual o investimento inicial e quais as expectativas de retorno?
O investimento inicial não foi alto, rondou a ordem dos 20.000€, e a verdade é que a prioridade nunca foi faturar rapidamente, mas sim construir uma marca de referência tanto no mercado português como internacional. Assim sendo, as expetativas de retorno são a longo prazo, e acredito terem potencia de equivalerem a um crescimento de pelo menos 1.000% (visto estarmos a falar de uma empresa nova a desenvolver do zero).
Que apoio foi dado pela sua família, afinal a Laura tem apenas 22 anos?
Sou uma pessoa muito independente e raramente anuncio aquilo que estou a fazer até estar feito. A verdade é que nunca partilhei muito acerca do projeto com a minha família, investi o meu próprio dinheiro e lancei-me “às cegas”. Custa-me muito pedir ajuda ou partilhar os meus problemas com os outros por isso sempre cresci e aprendi muito sozinha. Nunca nos ensinam o que é verdadeiramente criar e gerir uma empresa (nem no curso de gestão), mas o essencial é aprender com os erros.
Independentemente de não procurar auxílio a minha família sempre me apoiou e sei que posso contar com o meu pai para me orientar e ajudar naquilo que precisar, afinal de contas ele têm a experiência toda que me falta.
Quais as suas maiores aspirações em termos pessoais e profissionais?
Faço o que faço por gosto e sinto-me realizada quando algo emocionante acontece. Ter uma empresa é como ter uma criança, é preciso muita paciência e darmos muito de nós, mas a verdade é que também se cria uma certa afeição. Penso que as minhas aspirações pessoais e profissionais se fundem neste sentido. Os meus projetos futuros de sonho são sempre baseados na minha atividade profissional e sendo uma pessoa que precisa constantemente de estar entretida em projetos e trabalho a realização do lado pessoal passa obrigatoriamente pelo profissional.
Gostava de ver a marca evoluir comigo, ver Laura Var pelo mundo, no mundo da moda e usada pelos grandes nomes.
“Ter uma empresa é como ter uma criança, é preciso muita paciência e darmos muito de nós”
Qual as suas preocupações a nível ambiental?
A sustentabilidade é uma área de grande interesse para mim, e um espírito que sempre me foi incutido pelos meus pais. Uma das minhas maiores motivações foi dar ao mundo da cosmética a possibilidade de ver produtos sustentáveis com um branding e uma estética interessante.
Quantas vezes não olhamos para cremes supostamente “eco-friendly” embalados em boiões feios e sem cor? A Laura Var dá muita importância à imagem dos produtos expostos nas casas de banho, porque uma rotina de skincare/makeup pode ser muito mais interessante para o consumidor se o produto der gosto de usar.
As nossas embalagens são todas recicláveis ou já recicladas e os produtos de skincare estão conforme a certificação Ecocert: são naturais e orgânicos. Não avançamos com a compra do selo pois era um custo desnecessário que teria uma função apenas interessante de um ponto de vista de marketing.
Qual a sua rede social predileta?
A minha rede social preferida é o TikTok porque é mais “real” e não existe tanto aquela ideia de mostrar a vida perfeita… Na verdade, o meu sonho é um dia poder atirar o telemóvel pela janela e viver a vida no momento presente, mas a verdade é que se torna cada vez mais impossível.