A decisão do presidente russo, Vladimir Putin, de ordenar uma “operação militar especial” na Ucrânia está a gerar uma forte condenação dos líderes globais, uma reação que deve ser seguida de sanções mais vigorosas contra Moscovo e os líderes russos.
Principais reações
O presidente dos EUA, Joe Biden, condenou as ações da Rússia como um “ataque não provocado e injustificado”, acrescentando que se reunirá com líderes do G7 na quinta-feira e trabalhará com as nações aliadas para “impor sanções severas à Rússia”.
A União Europeia disse em comunicado que as “ações militares injustificadas” da Rússia estão a “violar grosseiramente o direito internacional” e a minar a estabilidade da Europa.
A Presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, informou que Bruxelas irá, nas próximas horas, anunciar um novo pacote de sanções contra a Rússia: “Vamos apresentar medidas muito grandes. Vamos bloquear o acesso a mercados e tecnologias de forma a parar a capacidade da Rússia de se modernizar. Prentendemos com estas sanções que haja grande impacto nos interesses e capacidade de financiar a guerra”.
O primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, disse no Twitter que estava “chocado com os eventos horríveis” que se desenrolam na Ucrânia e criticou Putin por escolher um “caminho de derramamento de sangue e destruição”.
O chanceler alemão, Olaf Scholz, condenou o ataque à Ucrânia como uma “violação flagrante da lei internacional” e exigiu que a Rússia pare a sua ação militar “agora”.
O presidente francês, Emmanuel Macron, pediu à Rússia que encerre “imediatamente” as suas operações militares na Ucrânia, pois “condenou fortemente a decisão da Rússia de travar uma guerra”.
O primeiro-ministro japonês, Fumio Kishida, disse que o ataque russo “abala os fundamentos da ordem internacional” e que o Japão trabalhará em estreita colaboração com os EUA e outros aliados para lidar com a crise.
O embaixador da China na ONU, Zhang Jun, pediu a todas as partes envolvidas na crise que “mantenham a cabeça a fria e racionais”, mas Pequim, um tradicional aliado de Moscovo, não chegou a condenar abertamente as ações da Rússia até agora.
O Presidente da República portuguesa já condenou a agressão russa, referindo a solidariedade do povo português para com o povo ucraniano.
Marcelo Rebelo de Sousa proferiu uma “condenação muito, muito veemente daquilo que está a ser a conduta da Federação Russa” e convocou o Conselho Superior de Defesa Nacional para as 12:00 de hoje, no Palácio de Belém, em Lisboa.
No início da noite de quarta-feira, o secretário-geral da ONU, António Guterres, pediu a Putin que impedisse as suas tropas de atacar a Ucrânia e desse “uma chance à paz”. Mas após a invasão da Rússia, Guterres mudou o seu apelo e disse: “Presidente Putin, em nome da humanidade, traga as suas tropas de volta à Rússia. Este conflito deve parar agora”.
Lei Marcial e pânico na Ucrânia
O presidente da Ucrânia, Volodmir Zelenski, decretou a Lei Marcial no país após o presidente da Rússia, Vladimir Putin, declarar a invasão ao território ucraniano. Zelenski, que conversou por telefone com Joe Biden, presidente dos EUA, pediu calma à população ucraniana.
A Lei Marcial determina que as leis ditadas pelos militares passam a sobrepor-se às civis existentes e é utilizada em resposta a cenários de conflitos extremos e crises civis e políticas graves.
Na Ucrânia, com o início das hostilidades, milhares de ucranianos começaram a abandonar as suas cidades, especialmente rumo ao ocidente, em direção à fronteira com a Polónia. As imagens mostram gigantescas filas de trânsito, principalmente na capital, em Kiev.
Há corrida aos supermercados e aos levantamentos no Multibanco, o que levou o Banco Central da Ucrânia a limitar os valores dos levantamentos.