A economia mundial deverá crescer 2,9% em 2023 e apenas 2,2% em 2024. As previsões são do mais recente relatório do Departamento de Estudos da Mapfre Economics, que reviu em alta a previsão de crescimento para este ano e em baixa a estimativa para o próximo ano.
Intitulado “Panorama Económico e Setorial 2023: Perspetivas para o quarto trimestre”, publicado esta semana, editado pela Fundação Mapfre, o relatório destaca a dictomia entre a atividade económica e os preços com que se iniciou o ciclo de aperto monetário global, que mudou para uma situação mais equilibrada, embora com um ambiente mais desafiador do lado geopolítico. Um dos riscos destacados é o aumento dos preços da energia devido ao conflito no Médio Oriente.
“A previsão continua a oferecer uma dinâmica estagflacionária, com o crescimento a abrandar, a política monetária a sustentar o aperto das condições financeiras”, diz Manuel Aguilera, da Mapfre Economics.
O estudo revela ainda que relativamente à inflação, esta será, em termos médios, mais baixa em 2023 do que o previsto no trimestre anterior – 6,6% contra os 7% projetados – mas com uma trajetória mais persistente em 2024, que deverá situar-se nos 6,1% revendo em alta os 4,9% previstos anteriormente.
“A previsão continua a oferecer uma dinâmica estagflacionária, com o crescimento a abrandar, a política monetária a sustentar o aperto das condições financeiras e a inflação a enfrentar uma fase de moderação mais prolongada e sustentável, embora ainda longe dos níveis-alvo”, explica Manuel Aguilera, diretor-geral da Mapfre Economics.
Divergências regionais são acentuadas
Claro que este cenário global pressupõe enormes divergências regionais, com formas de agira muito dispersas conforme as geografias em questão. Os Estados Unidos, por exemplo, registarão um desempenho melhor do que o esperado, tendo a Mapfre Economics revisto em alta as suas previsões, apontando agora um crescimento de 2,3% em 2023 e um incremento de 0,6% em 2024. Por outro lado, na Zona Euro, os indicadores mostram um arrefecimento da atividade económica, sobretudo na indústria, prevendo-se um crescimento de 0,5% em 2023 e 0,7% em 2024, uma revisão em baixa de 1,3 pontos percentuais.
“As lacunas são evidentes principalmente no grupo das economias desenvolvidas, com os Estados Unidos a liderarem os avanços em detrimento da União Europeia, que vê as suas fraquezas enraizadas, mas também nos mercados emergentes, dada tanto a fraqueza da China, que ainda não conseguiu sustentar uma recuperação convincente, como as vulnerabilidades latentes em certos países, principalmente na América Latina e na região da Europa, Médio Oriente e África”, acrescenta Manuel Aguilera.