Os problemas do Serviço Nacional de Saúde (SNS) estão a levar cada vez mais pacientes a recorrer ao setor privado e, com isso, a fazer seguros de saúde. A análise ao atual momento deste setor foi feita na conferência CX Summit 2025, que acontece esta quinta-feira na Nova SBE, em Carcavelos, onde líderes e especialistas em experiência do cliente, inovação e inteligência artificial discutem o futuro da CX e da liderança centrada no cliente.
“As interrupções no SNS e a incapacidade das urgências abertas geram a necessidade de uma alternativa fora do mercado”, afirmou Luís Drummond Borges, Conselheiro da Lusíadas Saúde, salientando que os grupos privados na Grande Lisboa só têm uma unidade a receber obstetrícia.
Estas falhas são, na opinião do responsável, provocadas por “um problema estrutural que o país tem no SNS na componente da acessibilidade”, o que leva os cidadãos a adquirir seguros de saúde e a optar pelo setor privado.
“O Serviço Nacional de Saúde não tem encerrado hospitais porque é uma questão política estrutural e difícil. Uma grande unidade local vale entre 800 a 900 milhões de euros de orçamento”, referiu.
Sobre o futuro da saúde em Portugal, Luís Drummond Borges realçou que existem áreas onde o país precisa de recuperar e investir, como é o caso da saúde mental.
“Quando pensamos no futuro da saúde, vemos esta de uma forma mais holística, com quatro doenças relacionadas com o envelhecimento: cancro, doenças cardiovasculares, neurodegenerativas e metabólicas. Para as combatermos, temos de apostar numa melhor nutrição, sono, exercício, saúde mental, medicação e suplementos”, sublinhou.
A fechar, o responsável do grupo Lusíadas defende que as unidades hospitalares devem olhar para a componente emocional não só dos pacientes, mas de quem está à sua volta.
“Cada vez mais, os hospitais têm de ter conceitos de espaço que permitam que as pessoas se sintam bem e confortáveis em momentos de maior fragilidade”, afirmou.