A implementação acelerada da conectividade de 5G em toda a Europa e no Reino Unido terá um impacto imediato e catalisador na redução das emissões equivalentes de dióxido de carbono (CO2e), de acordo com um novo estudo encomendado pela Ericsson.
Num momento em que os países europeus aumentam os seus esforços para atingir as metas em matéria de clima, um novo estudo à escala europeia demonstra que a implementação da tecnologia 5G em quatro setores responsáveis por um número elevado de emissões (energia, transportes, produção e construções) pode permitir uma redução anual de emissões de 55-170 MtCO2e (milhões de toneladas equivalentes de dióxido de carbono), a mesma redução que seria alcançada com a retirada de 35 milhões de automóveis, o equivalente à retirada de um em sete automóveis, das estradas europeias.
Mas de que forma é que a simples utilização do 5G traz benefícios nas emissões poluentes?
O esquema em baixo dá alguns exemplos:
Setor | Exemplo de uma solução para a redução das emissões de carbono específica por setor | Redução estimada das emissões de carbono até 2030 |
Energia | Melhorias possibilitadas por sensores na geração e no fornecimento de energia renovável | Até 75MtCO2e |
Transportes | Utilização otimizada de camiões | Até 55MtCO2e |
Produção | Melhorias na eficácia possibilitadas por sensores em instalações fabris | Até 35MtCO2e |
Construção | Trabalho flexível e remoto possibilitado pela conectividade 5G | Até 5MtCO2e |
Apesar do potencial em jogo, uma nova previsão relativa à implementação do 5G, do Mobility Report anual da Ericsson, apresenta um cenário preocupante para a Europa.
No final de 2020, a cobertura do 5G abrangia cerca de 15% da população mundial. Em 2027, apenas três anos antes da data prevista para a redução para metade das emissões globais com vista a limitar o aquecimento global a 1,5ºC, novas previsões indicam que a implementação global rondará apenas cerca de 75%.
Europa atrás de América do Norte e Nordeste Asiático
Por outro lado, prevê-se que na América do Norte e no Nordeste Asiático a cobertura do 5G abranja mais de 95% da população até 2027. Portanto, em contraste, a Europa ficará muito atrás dos seus concorrentes económicos com uma cobertura superior a 80%.
“Os decisores políticos têm um papel fundamental a desempenhar para que as pessoas, as empresas, as indústrias e as sociedades de toda a Europa possam usufruir dos benefícios do 5G”, considera Börje Ekholm.
Börje Ekholm, Presidente e CEO da Ericsson, refere que “a UE e o Reino Unido definiram metas ambiciosas para reduzir as emissões de carbono, que exigirão mudanças transformadoras em toda a sociedade. Este novo estudo demonstra que a conectividade e, especificamente, o 5G são cruciais para atingir essas metas de descarbonização. É difícil perceber de que forma essas metas serão atingidas sem que a implementação da infraestrutura digital em toda a Europa seja acelerada para acompanhar a de outros países e regiões do mundo desenvolvido líderes neste domínio”.
Para Börje Ekholm, apesar de, atualmente, com a implementação do 5G, a Europa caminhar em direção a um futuro de baixo carbono mais digital, “outras regiões avançam a um ritmo muito mais acelerado na mesma direção. Os decisores políticos e as autoridades reguladoras têm um papel fundamental a desempenhar na concretização do potencial de competitividade económica, social e sustentável do 5G e na rápida colaboração no sentido de eliminar obstáculos de ordem prática, regulamentar e financeira, para que as pessoas, as empresas, as indústrias e as sociedades de toda a Europa possam usufruir dos seus benefícios”.